LAIKA
Eu alternava entre sono e vigília. A sombra de uma pessoa se movia, entrando e saindo da minha visão embaçada. Ainda me sentia fraca e não conseguia mexer um músculo sequer, então permaneci imóvel onde estava, esperando que tudo fizesse sentido novamente.
Mesmo oscilando entre consciência e inconsciência, sentia o calor no ambiente e ouvia o crepitar da lenha. Minha cabeça foi erguida e algo foi derramado em minha boca. Pensando que fosse água, engoli, mas era amargo e tossi, cuspindo todo o líquido.
Dormi novamente e, ao acordar, minha visão estava mais clara. Eu estava em uma tenda aberta na floresta, ao lado de uma fogueira e um caldeirão. Sentei-me com um gemido baixo. Uma mulher de cabelos loiros e olhos azuis incomuns estava sentada em um canto, triturando algo em um pequeno pilão. Ela parou quando me viu sentar.
— Você acordou. — Ela disse.
Senti minhas articulações mais fortes desta vez. — Quem é você? — Perguntei.
— Sua salvadora. — Respondeu ela, indo até o caldeirão fervente, pegando um pouco do líquido e despejando no recipiente em suas mãos. — Você foi envenenada e quase morreu. Se eu não tivesse te encontrado antes...
Olhei para mim mesma. Não estava mais com as roupas sujas e molhadas com as quais deixei o Bando Titã. Vestia roupas marrons de tecido rústico. Sabia que esta mulher não era uma lobisomem. Ela veio até mim e me entregou o recipiente.
— Você precisa beber isto para recuperar suas forças.
— Deveria ter me deixado morrer. — Disse eu, ignorando o recipiente que ela me estendia. O que eu faria continuando viva? Teria sido melhor se tivesse me juntado aos meus ancestrais.
— Não posso deixar você morrer até cumprir sua profecia. — Minhas sobrancelhas se franziram em confusão. — Você precisa beber.
— Acho que você está me confundindo com outra pessoa.
— Ah, eu sei quem você é. Você é Laika Archer, a última Ômega da tribo Ômega, e está destinada ao Alfa Karim Wolfe. Seu ex-companheiro era o Alfa Khalid, e você se transformou aos três...
— Hum... — Interrompi ela. — Você é uma vidente.
— Há mais alguma coisa que queira saber sobre si mesma?
— Perguntas. Tenho muitas perguntas para fazer.
— Responderei da melhor forma que puder.
— Você disse que fui envenenada. Por quem?
— Ah, pequena, você deveria conhecer as pessoas que querem sua morte. Quando o Alfa Karim estava fora naquela reunião, toda a comida que você comprou no mercado estava envenenada. A Sra. Theresa conspirou com a Sra. Zora e pediu aos cozinheiros para colocarem uma gota do líquido Alem na sua comida. Não mata instantaneamente. Mata lentamente e tem mais efeito quando você está sempre em movimento. Zora te deu dinheiro para comprar comida no mercado para que não pudesse ser rastreado até elas.
Verifique o captcha para ler o conteúdo
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Ovelha em Roupas de Lobo (Laika)