— Me dê seus olhos.
Obedeci imediatamente, mas não olhei diretamente em seus olhos. Fixei o olhar em seu nariz porque estava com medo da tempestade em seu olhar.
— Olhe nos meus olhos.
Como ele podia ordenar isso? Eu não conseguia. O que ele queria ver em meus olhos? A mágoa? A dor? Ele estava gostando de vê-las agora? Ainda me considerava uma ameaça mesmo depois que me desculpei e disse que nunca quis desejar sua morte?
Encarei o verde profundo de seus olhos e não vi nada. Estavam mortos e frios, e me causaram arrepios. Ele realmente me odiava agora. Arrastou um pequeno banco para minha frente, pegou a tigela e o frasco do elixir, e sentou-se diante de mim.
— Por que você está com isso?
— Eu... eu ingeri veneno quando parti. — Menti.
Ele ficou em silêncio por um momento. O silêncio entre nós era tanto que eu podia ouvir minha respiração tremida. Ele examinou o frasco por um tempo.
— Agora está com medo de comer algo? Há quanto tempo está sem se alimentar?
— Desde que percebi que fui envenenada.
— Quem fez o elixir para você?
— Uma mulher que conheci. Ela me ajudou. Mas não sei seu nome nem o que ela é. — Não era completamente mentira já que não cheguei a saber o nome da vidente.
— Você precisa comer. Esta comida não está envenenada. — Ele pegou uma colherada e colocou na própria boca. — Coma e aguarde sua punição esta noite.
Senti um aperto no estômago quando ele encheu a colher e a estendeu para mim. Balancei a cabeça.

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