Para Sempre romance Capítulo 11

Queria me apaixonar. Queria me sentir amada. Mesmo que fosse tudo uma mentira, ainda era o que eu mais queria.

Não tinha muito tempo restante.

Não podia me demorar com lembranças tristes.

Estreitei os olhos e sorri: "Não tem nada a ver com você".

Quando estava prestes a partir, Nigel abriu a porta e pulou para dentro do carro. Ele me pegou de surpresa e gritei: "Tá maluco? Você vai se machucar assim!".

Nigel parecia não ter medo de nada. Olhei para ele friamente. Quando estava quase o expulsando do carro, ele disse com firmeza: "Você ainda me ama?".

Era uma pergunta, mas também era uma afirmação.

Faltavam apenas três meses para ele se casar, mas estava dizendo aquilo para mim agora.

Será que achava mesmo que podia fazer o que quisesse?

No final das contas, fui eu que dei a oportunidade de qualquer forma.

Não havia ninguém para culpar além de mim por mostrar meu amor com tanto afinco.

Mesmo se eu dissesse que não o amava, ninguém acreditaria em mim.

"Sim, eu te amo. Tá com nojo?".

Dei um largo sorriso e falei. Foi por frustração, mas também era a verdade.

Nigel estreitou os olhos e ordenou: "Volte pra casa Twilight".

"E você?", perguntei.

Disse levemente: "Vou com você."

Pensei um pouco: "Esqueça. Não quero te levar pra lá".

"Então vamos voltar pra casa Grayson."

......

Voltei dirigindo para a casa de campo dos Grayson. Nigel saiu do carro e me conduziu pelo pulso. A casa estava limpa e havia um pano branco sobre o sofá. Não havia sinal de alguém morando ali.

Nigel me soltou e tirou o pano branco do sofá. Aproximei-me e sentei. Ele foi até a cozinha e me trouxe um copo de água quente.

Segurei-o, sentindo-me um pouco impotente.

O que diabos ele estava fazendo?

Estava de tarde. O sol do lado de fora da janela brilhava sobre mim, banhando-me com uma luz quente e dourada. Nigel continuou em silêncio, estava ocupado organizando a casa.

Nós dois não nos incomodamos e a noite logo chegou. Ele tinha trocado de roupa quando desceu para o térreo. Vestia um suéter e calças de cor clara, o cabelo em uma bagunça molhada.

Aproximou-se e sentou de frente para mim. Encarei-o calmamente. Deu-me um olhar gentil e perguntou com paciência: "O que você quer comer hoje à noite?".

Seu olhar costumava ser frio e inquietante. Poder nos sentarmos assim, em paz, era algo em que eu não conseguia acreditar.

Balancei a cabeça: "Não tô com fome".

Franziu a testa e perguntou: "Como assim você não vai jantar?".

Fiquei confusa e disse sem perceber: "Não precisa fingir que se importa comigo".

Surpreso, Nigel perguntou amargamente: "Fui tão ruim assim pra você?".

Depois de três anos de casados, eu não conseguia dizer que ele foi ruim comigo, porque não chegava nem perto disso.

O tempo todo, ele me tratou com frieza e atormentou meu coração e minha alma.

E, depois, deixava a casa de campo e me ignorava. Basicamente, nunca o via, tirando na cama e naquele ano em que me forçou a abortar...

Era mentira dizer que eu não o odiava, mas também era verdade que o amava.

Levei anos para conseguir aceitar isso. Agora, não sentia mais tanto ódio ou inclinação a perdoá-lo, sentia, acima de tudo, resignação. Tinha percebido que o tempo curava todas as feridas e que às vezes a morte era a melhor resposta para nossas preocupações. Mesmo que isso me ferisse de vez em quando, era como uma memória distante de minha vida.

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