Para Sempre romance Capítulo 34

Pelo espelho retrovisor, só consegui ver a figura ereta e solitária de Leo. Fechei os olhos e disse a mim mesma: "Não tenho uma boa saúde, mas não cabe a você ter pena de mim".

Todo mundo poderia. Exceto ele!

E Nigel!

Quando voltei para a casa de campo, já estava muito tarde. Depois de lavar o rosto, liguei o celular e dei uma olhada nas notícias.

Imediatamente, vi a conta oficial da família Twilight compartilhando o vídeo com uma mensagem: "E daí? Precisamos de algum motivo para não bater?".

Era a primeira vez em minha vida que não inventava uma desculpa e batia de frente de forma teimosa e arrogante.

Cliquei e descobri que a família Christensen também tinha publicado discretamente o vídeo com a mesma legenda que a minha.

Algumas empresas menores também fizeram isso.

Já que as duas famílias tinham expressado sua opinião sobre o assunto, outras companhias que desejassem fazer negócios conosco também fariam o mesmo.

Eram todas raposas astutas nessa indústria. Para eles, o lucro pesava mais que a verdade. Quem quer que lhes trouxesse benefícios teria razão.

Também foi nisso que pensei quando pedi a meu assistente que enviasse aquela mensagem, mas a família Christensen conseguiu acelerar o resultado.

Por um momento, as fofocas ficavam em mesmo lado.

Nos comentários, os internautas começaram a questionar a autenticidade do vídeo: "Já que todas as grandes empresas estão defendendo a família Twilight, a garota do vídeo deve ter feito algo. Será que caiu de propósito?".

Assim que alguém expressou suas suspeitas, outros rapidamente entraram na onda. Shirley não conseguiu conquistar o público, mas o que me surpreendeu foi que Nigel não a ajudou.

Na verdade, desde o início até agora, Nigel não tinha defendido Shirley. E apenas me tirou da delegacia, ontem à noite.

Não conseguia entender o porquê.

Havia apenas uma suposição. Ele não tinha se esquecido de mim.

Se minha hipótese estivesse correta, Nigel me amava, não amava Shirley.

Afinal, ele veio se reconciliar comigo antes de eu morrer. Se não fosse pela tentativa de suicídio dela, não teria concordado com o casamento.

Mas, olhando dessa forma, eu também desprezava Nigel.

Se ele não a amava, por que se deixou ser ameaçado por ela?

Coloquei o celular de lado, servi um copo de água morna e tomei meu remédio. Assim que engoli a pílula, o telefone tocou. Era o presidente Grayson.

Para ser sincera, eu sabia o que ele queria todas as vezes, então não tive vontade de atender. Mas o fiz depois de pensar um pouco.

No final das contas, foi ele quem me tratou melhor durante meus três anos de casada.

Mesmo que eu soubesse que ele valorizava os negócios da família Twilight, ainda era ele quem me tratava com sinceridade.

Peguei o celular e falei: "Pai".

Lá fora, a neve enfeitava as laterais das estradas, formando um grosso bloco de neve branca. Estávamos na primavera... então provavelmente era a última neve do ano.

O presidente Grayson disse em um tom preocupado: "Eu vi o vídeo na Internet. Você também tava encharcada da chuva de ontem à noite. Como você tá?".

Foi a primeira pessoa que se importou o suficiente para perguntar como eu estava me sentindo...

Enxuguei as lágrimas e disse com calma: "Eu tô bem. São só truques baratos. Você sabe que não vão me machucar".

"Você sempre tenta parecer forte. Apesar de ter entrado na minha família por causa do seu status, você ainda é minha nora. Não quero te ver sendo intimidada".

Ele nunca tinha negado o quanto valorizava os negócios da família Twilight.

A voz dele estava cheia de expectativa. Sorri e o lembrei: "Você devia saber que casei com ele por engano, não é? Na verdade, de quem eu gostava mesmo era seu filho mais velho, o Leo".

Criticou-me diretamente: "Mas foi o Nigel quem ficou com você por três anos. Aria, foi ele quem esteve do seu lado. Na saúde e na doença, na alegria e na tristeza".

Eu não sabia o que dizer.

A ligação terminou sem uma conclusão.

Sendo franca, ele tinha razão. Antes de ficar sabendo da verdade, a pessoa em meu coração era Nigel. Meu amor, minhas expectativas e meu ódio eram todos reservados para ele.

Como essas coisas poderiam ser apagadas da noite para o dia?!

Não podiam, e era por isso que estava me sentindo torturada agora.

Minha condição não me permitia amar, mas não conseguia evitar. Queria muito me sentir amada.

Estaria tudo bem mesmo que fosse por pena.

Desde que não fosse Leo.

Desde que não fosse Nigel.

Assim que pensei nesses dois nomes, minha cabeça doeu tanto a ponto de explodir. Coloquei o celular de lado e me forcei a dormir. No meio da noite, senti alguém ao meu lado, mas pensei que estivesse apenas sonhando.

Então, mãos passaram por debaixo de minhas roupas.

Estavam frias, mas pareciam quentes contra minha pele.

Abri os olhos na mesma hora e vi o rosto bonito da pessoa bem na minha frente. Fiquei chocada e perguntei: "O que você tá fazendo aqui?".