Para Sempre romance Capítulo 36

"Não gosto mais de você."

Depois de enviar essa mensagem, senti como se finalmente tivesse me libertado do passado. Não queria pensar naquelas lembranças ruins, nem queria me prender a elas. Queria encontrar alguém para começar um breve relacionamento.

Mesmo que fosse por pena, não importava.

Bastava que me fizessem sentir amada.

Guardei o celular e caminhei até o sol se pôr. Talvez por ser um lugar bem remoto, a escuridão logo engoliu a vila assim que a noite chegou. Não havia muitas pessoas na rua, então era assustador ficar sozinha ali.

Rapidamente peguei um táxi e recebi uma ligação de Sirius no caminho.

Perguntou: "Onde você tá, querida?".

Embora não nos falássemos muito, ele era o tipo de homem que era bom em fazer as mulheres felizes. Quando estávamos juntos, sempre cuidava de mim. Era por isso que também o contatei assim que cheguei a Pine City. Era um playboy, então poderia me dar o que eu mais precisava: amor.

Já que meu tempo era limitado, poderia muito bem realizar meu desejo uma vez.

Olhei pela janela e disse: "Tô no carro".

"É? Me envie a localização."

Sirius não era um homem que falava muito. Desligou rapidamente. Naquele momento, encontrei uma mensagem de Sunnie dizendo: “Onde você tá? Vou aí te ver".

"Em Pine City", respondi.

Pedi ao motorista que parasse e o paguei. Iria esperar por meu amigo ali.

Estava um pouco frio, então me enrolei em uma jaqueta apertada e fiquei jogando no celular.

Sunnie perguntou de novo: "Em que lugar de Pine City?".

Enviei um emoji sorridente: "Por que você quer tanto saber?".

"Você tá sozinha. Me preocupo."

Depois de pensar um pouco, enviei a localização do hotel.

Sirius logo chegou em um Bentley preto. Os faróis incomodaram minha vista e os bloqueei com a mão. Saiu do carro e já veio me abraçar, brincando: "Sentiu minha falta?".

No acidente aéreo, nove anos atrás, perdemos nossas famílias. Quando fomos resgatar os corpos, chorei muito. Sirius, que tinha vinte anos na época, apenas olhou para a costa silenciosamente, seus olhos vermelhos apenas indicativos da dor que estava sentindo.

A equipe de resgate só encontrou alguns corpos, mas meus pais e a mãe dele não estavam entre os poucos sortudos. Fizemos o funeral lá e íamos vê-los a cada três anos.

Sirius tinha comparecido a meu casamento, mas eu não sabia na época. Depois da cerimônia, enviou-me uma mensagem: "Você tá linda no vestido de noiva, querida. Tenha um casamento feliz".

Era uma pessoa muito especial para mim, assim como eu era para ele.

Depois que nossos pais morreram, só tivemos um ao outro.

Era um amigo próximo e confiável, embora não nos encontrássemos com frequência.

Não recusei seu abraço e disse: "Sim, não posso?".

Ao ouvir isso, abriu um grande sorriso: "Pode, mas fiquei sabendo que você tinha morrido há alguns meses. Quando eu ia enviar alguém pra investigar a sua morte, você voltou à vida. Me diga, por que você causa tanto problema?".

Ninguém sabia que eu tinha uma amizade com ele, então era normal que não lhe contassem sobre minha situação atual. Além do mais, ele estava sempre viajando e nunca tinha se interessado por assuntos internos.

Pacientemente, expliquei todos os meandros da situação. A mão dele apertou meu ombro como se tivesse presenciado minha vida e morte. Nesse momento, estava muito calmo e me confortou: "Tá tudo bem, querida, acredite em mim. A gente já passou por muitas mortes e separações, então Deus será misericordioso".

Olhei para ele e dei uma risadinha: "Tá tudo bem".

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