Para Sempre romance Capítulo 38

Escutando com atenção, havia um toque de fragilidade em suas palavras.

E também o desamparo diante de sua atual situação.

Se eu tivesse ouvido aquilo antes, teria ficado muito feliz.

Fechei os olhos e não falei, nem me libertei de seu abraço. Nós dois ficamos presos em um impasse por um longo tempo. Depois de alguns minutos, Nigel me soltou e perguntou baixinho: "Em que quarto você tá?".

Franzi a testa e disse: "É melhor você reservar um quarto pra você".

Nigel entrou no hotel como se não tivesse me ouvido. Fiquei na porta por bastante tempo antes de entrar. Fui para o elevador e subi até o 5º andar para encontrar meu quarto.

No momento em que abri a porta, fiquei chocada. "Como você sabia em que quarto eu tava?".

Não tinha contado isso a Sunnie com toda certeza.

Ele tirou a gravata e explicou com indiferença: "Que coincidência. O hotel em que você tá ficando agora é propriedade minha. Além disso, mais uma coisa: nunca falei com a Sunnie".

Olhei para ele surpresa e perguntei: "Então, quando eu fiz o check-in nesse hotel e me registrei, você sabia que eu tava em Pine City? Quando você veio pra cá? Quanto tempo você ficou me esperando lá fora?".

Estava óbvio que eu queria escapar dele e de Oak City.

Não consigo acreditar que vim correndo para um de seus territórios como uma idiota.

Nigel deu um sorrisinho e não disse nada. Parecia ter tido mudanças de humor gigantescas desde que se mostrou animado, mas claramente estava zangado agora.

Fiquei muito triste. Entrei e peguei minha mala. Vendo que eu estava arrumando minhas roupas, ele não me impediu. Quando terminei, disse, cansado: "Você não pode escapar. Aria, aonde quer que você vá eu irei atrás, tenho muito tempo".

Pasma, perguntei friamente: "Mas que diabos você tá fazendo?".

Estávamos ambos num beco sem saída. Eu resistia desesperadamente e tentava escapar, mas ele, sem pressa alguma, enredava todas as minhas rotas de fuga.

Tinha se tornado muito teimoso depois que perdeu a memória.

Implorou: "Case comigo de novo e seja minha Sra. Grayson".

Respondi sem pensar: "Nunca".

Jamais voltaria a ser sua Sra. Grayson.

Vendo que tinha recusado com muita firmeza, Nigel assumiu uma expressão medonha. Tocou minha bochecha, mas o evitei e me abaixei. Ele me seguiu e olhou diretamente nos olhos. Lágrimas começaram a surgir como se eu estivesse olhando para a luz forte do sol. Doía.

Não conseguia manter a calma, e minhas emoções ainda estavam agitadas por ele.

Todas elas vinham da dor, da opressão, da impotência e da ganância do passado.

De repente, entendi por que todos diziam que Nigel foi quem me acompanhou por três anos.

Este homem era minha dor e meu amor, mesmo que o amor tivesse sido transferido de outro homem.

Como Sunnie tinha dito, o surgimento de Leo foi apenas fogo de palha. Foi ele quem me trouxe até Nigel. Pensar nisso tinha destruído meu sonho e minha obsessão de nove anos.

Era deprimente.

Olhei para baixo e o ouvi dizer: "Aria, eu perdi a memória. Não sei o que aconteceu entre a gente, mas me dói saber que as coisas tão saindo do meu controle. Você é a presidente da empresa Twilight, tá acostumada a estar no controle das coisas, então com certeza consegue entender o que eu sinto! Aria, eu quero minha memória de volta. O médico disse que eu devia passar mais tempo com as pessoas e coisas do passado. Você é a pessoa mais importante pra mim agora".

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