Para Sempre romance Capítulo 9

Fiquei em silêncio, e Nigel olhou para mim com insistência.

Quando o ônibus parou no próximo ponto, desci correndo. Ele não me seguiu. Peguei um táxi de volta ao lugar de antes e dirigi meu carro para a casa de campo.

O lugar espaçoso estava vazio. Fiquei muito tempo sentada no sofá, repetindo mentalmente as palavras de Nigel: "Ainda devo um casamento a ela".

Pensando bem, era verdade.

Há três anos, Shirley tinha aberto mão dele, mas o mesmo poderia ser dito sobre ele.

Mesmo que Shirley não pegasse os três milhões de dólares e deixasse Oak City, Nigel também planejava terminar com ela.

Não havia vencedores nem perdedores quando o assunto era amor.

Aquele casamento magnífico devia ter sido dela três anos atrás.

Eu era só uma substituta. Agora, tudo estava voltando aos eixos.

Justo quando estava perdida em pensamentos, Sunnie James me ligou.

Era uma de minhas poucas amigas. Tinha aberto um Cat Café em Oak City. Sempre que eu ia lá, havia vários gatos perambulando preguiçosamente. Aliás, o lugar estava sempre endividado. Só tinha sobrevivido até hoje porque eu tinha investido nele.

Perguntei: "Precisa de ajuda?".

Respondeu, animada: "Você sabe que tem um salão de música aqui do lado, né? Vai ter um concerto de piano hoje à noite, e eu ouvi dizer que o intérprete é alguém famoso do exterior. Você não gosta de piano? Venha e vamos juntas".

Eu gostava de piano só porque era Nigel quem tocava.

Olhei para baixo e vi o cartão bancário com cinco milhões de dólares na mesa. Era uma perda de tempo ir para as ruas e tentar comprar amor. Não só fui considerada uma psicopata, como também fui encontrada por Nigel e pelos outros em um estado miserável.

Já que era inútil ficar com o dinheiro, era melhor dá-lo a Sunnie para administrar a cafeteria.

Prometi: "Daqui uma hora, tô aí".

Levantei e arrumei o cômodo. Depois fui lavar o rosto e passei maquiagem de novo. Não importava a ocasião, eu queria sempre estar no meu melhor.

Por fim, coloquei um casaco azul na altura dos joelhos e peguei um táxi para a cafeteria. Ainda estava nevando lá fora. Respirei fundo, fingi animação e entrei no local.

Assim que me viu, Sunnie colocou as xícaras de lado e me abraçou. Perguntou com um sorriso: "O que você tem feito ultimamente? Por que ficou todo esse tempo sem visitar?".

Menti: "Eu tava ocupada com o trabalho".

Ao receber uma resposta que parecia satisfatória, Sunnie me soltou e disse: "Sente-se um pouco. Vou pedir uma xícara de chá pra você. Vamos sair juntas depois que eu terminar o trabalho".

Encontrei um lugar tranquilo e me sentei. Minha única companhia era uma gata branca à janela. Encarei o trânsito serenamente.

De repente, uma figura esguia entrou em meu campo de visão.

O homem parecia arrogante e solitário.

Fiquei atordoada. Por alguma razão, lágrimas escorreram silenciosamente pelo meu rosto.

Encarei suas costas quase que com avidez, como fazia quando era mais nova. Foi uma sensação nostálgica de seguir aquela pessoa onde quer que fosse.

Levantei em pânico e assustei a gata. Saí correndo da cafeteria e olhei em volta, mas não consegui encontrá-lo na multidão.

Quando Sunnie percebeu que eu tinha saído, correu atrás de mim. Vendo que eu tinha começado a chorar de repente, perguntou: "Aria, por que você tá chorando?".

Acho que o vi...

Era a primeira vez que sentia algo tão forte.

Sua imagem se sobrepôs às memórias de quando ainda era afetuoso e gentil.

Seria mesmo Nigel Grayson?!

Seria?

Mas ninguém além dele fazia eu me sentir daquele jeito!

Se não fosse ele, então quem era?

De repente me lembrei da apresentação que Celine tinha mencionado...

Estava se referindo a este lugar?

Será que ele estava aqui também?

Levantei a mão e enxuguei as lágrimas. Quando desviei o olhar, vi Sunnie igualmente chorando. Falei, surpresa: "Não chore, Sunnie. Por que você tá chorando?".

"Aria, por que você sempre parece tão triste?"

Sunnie me abraçou. Disse soluçando: "Você sempre chora do nada, mas ele já é seu há três anos".

Estava falando de Nigel.

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