Permaneça, Querida romance Capítulo 38

Kelsey balançou a cabeça e sorriu, sem dizer nada.

Seu passado era insuportável. Nesse momento, ela não queria se lembrar da escuridão, isso sem nem mencionar...

Se Alan soubesse que ela havia sido presa, ele iria odiá-la, não era?

Kelsey abaixou a cabeça. Alan foi o primeiro estranho a ser amigável com ela. Ela não queria que ele a odiasse. Mesmo que ele descobrisse um dia, ela esperava que fosse o mais tarde possível.

Dado o silêncio de Kelsey, Alan não podia mais perguntar. Nesse momento, os funcionários voltaram, trazendo duas caixas.

"Nossa loja será reformada esta semana, então, por favor, leve tudo isso."

Kelsey olhou para as caixas, que estavam pesadas, mas os entregadores já havia saído.

"Espere um pouquinho e deixe que eu compre uma pomada para você, e depois posso te dar uma carona." Alan percebeu o que se passava na mente dela e quis ajudá-la.

"Eu... sinto muito incomodá-lo, mas..."

Kelsey ficou com vergonha de criar problemas para Alan, mas o homem a empurrou para seu assento. "Se você ainda me considera seu amigo, é melhor ser obediente."

Kelsey ficou chocada com a palavra "amigo". Então, Alan se levantou com satisfação e foi até a farmácia.

Kelsey sentiu uma leve sensação de alegria e melancolia em seu coração. "Amigo..."

Depois que ela fora enviada para a prisão, aqueles que costumavam se dizer amigos para a vida toda fugiram dela, então, durante muito tempo, ela não acreditou em amizades.

No entanto, Alan apareceu e declarou que eles eram amigos.

Kelsey balançou a cabeça, já que Alan se arrependeria se soubesse o que acontecera com ela no passado.

......

Não muito longe dali, Healy desceu do carro. Seu plano original era sair dirigir um pouco para relaxar, mas havia chegado ali.

Ele olhou ao redor casualmente e logo viu Kelsey sentada perto da janela. Ela parecia perdida em pensamentos.

O sol estava quente, fazendo Kelsey parecer mais suave com a camada de luz dourada.

As linhas tensas no rosto de Healy estavam ligeiramente relaxadas. Quando ele estava prestes a ir até lá, alguém apareceu.

Alan entrou no café com uma sacola e sentou-se na frente de Kelsey. Os dois tinham uma compreensão tácita, típica de quem namorava.

Healy fechou a chave do carro na palma da mão e estreitou os olhos.

Kelsey ficou chocada com Alan, que voltou com sete ou oito pomadas.

"Bem, você realmente não precisa fazer isso por mim..." Kelsey estava envergonhada.

Foi Alan quem a ajudara da última vez. E agora, até a ajudou com a pomada.

"Considere isso como eu me preocupando com a beleza do mundo, pode ser? É uma pena deixar cicatrizes em mãos tão bonitas." Alan disse, prestes a pegar a mão de Kelsey.

Mas, um pouco antes dele conseguir fazer isso, uma voz fria o interrompeu.

"Olá, Sr. Alan. É um prazer vê-lo novamente."

Em um primeiro momento, Healy era apenas um observador. Mas, quando viu que os dois estavam se aproximando, não pôde deixar de interromper.

"Sr. Healy? Por que está aqui?" Alan franziu a testa.

Ele não tinha esquecido que Healy batera em seu carro sem motivo.

Embora Healy fosse influente em Harrow, Alan não gostava daquele tipo de imprudência.

"Mera coincidência." Healy respondeu calmamente e olhou para Kelsey, que estava sentada ao lado sem dizer nada.

No entanto, quanto mais quieta ela ficava, mais irritado Healy ficava.

"Nós a contratamos para trabalhar para a empresa, não para namorar durante o expediente."

Ouvindo isso, Kelsey se sentiu estranha.

Ela acabara de se deparar com Alan. O que ele disse fez as pessoas entenderem errado a situação.

"Sinto muito, já volto." Kelsey se levantou e estava prestes a pegar as duas caixas.

Ela não queria se envolver com aqueles dois homens. Na verdade, queria ficar o mais longe possível.

"Espere, Kelsey, você está trabalhando na empresa da família Louis?" Alan ficou surpreso.

O padrão de recrutamento da empresa era o mais alto em Harrow, e não era temporada de recrutamento. Como ela conseguira?

Mas o mais estranho era que Healy, um homem ocupado, tinha ido pessoalmente repreender uma funcionária de baixo escalão.

Será que eles se conheciam mesmo?

"É uma longa história. Tenho que ir." Kelsey assentiu e começou a ir embora.

"Deixe-me ajudar." Alan se aproximou e pegou uma caixa. "Sr. Healy, posso fazer um favor à sua funcionária? É difícil para uma menina carregar essas caixas pesadas."

Os olhos indiferentes de Healy encararam as duas pessoas.

Ele tinha ouvido falar de Alan antes e sabia que ele era afetuoso. E agora estava tentando perseguir Kelsey?

O rosto de Healy ficou sombrio. "Já que você insiste nisso, não posso impedi-lo. Então, por favor, deixe as caixas na minha empresa. Quanto a Kelsey..."

Healy olhou para Kelsey e disse: "Vou levá-la."

Alan sentiu que havia caído em uma armadilha. O que ele quis dizer? Ele levaria as caixas para a empresa e Kelsey sequer poderia se sentar no mesmo carro que ele?

Ele não era funcionário da empresa, e Healy era esquisito.

"Sr. Healy, não tem problema nenhum. Você com certeza deve ter muitas tarefas para ter saído do escritório durante o expediente. Pode deixar que eu levo as caixas e Kelsey."

"Não se preocupe. Estou disponível para levá-la. Afinal, ela é minha funcionária e não quero te causar nenhum transtorno."

Depois de dizer isso, Healy entrou em seu carro. Kelsey hesitou por um momento e sussurrou para Alan: "Sinto muito, ele tem um temperamento tão estranho. Pode deixar que eu mesma levo as caixas."

A raiva de Alan, provocada pelas palavras de Healy, além do constrangimento que sentia, dissipou-se. "Esqueça isso, eu não me importo. Mas não me parece que ele está cuidando de uma funcionária, e sim de sua esposa. Será possível que...?"

Alan sentia que algo estava errado, já que não tinha ideia de por que Healy se importava tanto com uma funcionária de baixo escalão.

"Não!" Kelsey ficou chocada e imediatamente negou. "Isso é impossível!"

Alan não disse mais nada. Kelsey entrou no carro de Healy apressada e com o rosto pálido.

Podia até ser que Alan apenas tivesse feito uma piada, mas o coração dela falhou uma batida.

Se alguém soubesse que ela era a nora nominal da família Louis, Healy a estrangularia.

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