Mariana
A noite de hoje estava fugindo completamente ao esperado e agora eu me via em uma encruzilhada, e precisava tomar uma importante decisão, a qual eu não me sentia nem um pouco preparada.
Ethan Constantino acaba de me dar um ultimato baseado em uma chantagem mesquinha e cruel, e eu não tinha certeza se conseguiria ir em frente com tal disparate.
Mas tampouco poderia correr o risco de que a Virgínia e eu acabassemos por sermos expostas da forma como ele ameaçava fazer, caso eu não fosse para a cama com ele naquela noite.
Eu amava a minha amiga e gostava muito do Murilo, o seu namorado e pai do filho que ela estava carregando, mas não estava pensando apenas no quanto aquilo afetaria a vida deles, caso o nosso segredo chegasse ao conhecimento da mídia.
A minha vida também seria afetada de maneira extremamente negativa, mesmo que eu não seja alguém com o perfil que os sites de fofocas procuram assuntos para comentar e ganhar dinheiro com notícias sobre mim.
Tenho família, amigos e as minhas clientes na loja, e todos ficariam realmente horrorizados se descobrissem o que a Virgínia e eu fizemos, então eu preferia que aquele assunto udesse ficar só entre nós.
Não me arrependo de ter colocado a minha virgindade para leilão, porque aquilo mudou a minha vida de maneira positiva e me permitiu que hoje eu tenha uma condição financeira estável o que me possibilita ter tranquilidade, algo que eu não podia nem mesmo sonhar antes.
Agora, eu podia desenhar os meus modelos à vontade e ver as pessoas usando as roupas que eu mesma crio, o que é algo simplesmente maravilhoso e a realização de um sonho antigo, desde quando eu era apenas uma criança.
O fato é que eu não teria conseguido tão facilmente de outra forma, e se ninguém sabia, ninguém também poderia me julgar e eu gostaria verdadeiramente que as coisas continuassem como estavam.
Mas Ethan Constantino estava querendo mudar tudo isso e eu não poderia permitir que isso acontecesse, sendo assim, organizei tudo com a Arlete e quando ele se aproximou e deixou aquele ultimato no ar, eu me senti na obrigação de tomar uma decisão que preservasse a todos aquelas pessoas que eu amava, e mesmo sem querer admitir, nem mesmo para mim mesmo, eu o fiz de maneira rápida e sem muita reflexão, e sabia que isso me classificava como alguém sem limites ou pudores.
Mas a decisão já estava tomada e depois de me despedir da Arlete, pois os meus amigos já haviam se recolhido ao se quarto, eu caminhei lentamente, sem pressa alguma mesmo, até o quarto que eu sabia ser onde Consaino estava e bati levemente na porta, sem parar nenhum segundo a mais para pensar sobre o que eu estava prestes a fazer.
— Entre. — Ouvi a autorização em voz firme.
Senti um frio tremendo na barriga, as pernas trêmulas, mas fui em frente e abri a porta, percebendo que ele estava tão seguro de que eu iria ao se encontrar, que nem mesmo a trancou.
Constantino estava no centro do cômodo, aparentemente tinha acabado de sair do banho, pois trazia uma toalha enrolada na cintura, enquanto usava uma outra para secar os cabelos, e sorriu para mim, quando parei a poucos centímetros da entrada.
— Vejo que é uma pessoa bastante sensata. — Ele apontou, de maneira bastante cínica.
— Em alguns momentos, a razão precisa ser o nosso guia. — falei de modo bastante direto.
Não adiantava fingir que não temia o que ele poderia fazer, caso eu não colaborasse com ele naquilo que ele desejava e eu gostava de manter sempre as coisas o mais claras possível, desde que aprendi uma importante lição sobre como nós podíamos nos iludir também com ações sem palavras.
— Venha até aqui. — ele me chamou, apontando para si mesmo e seu tom indicava que não gostaria de ser contrariado.
O frio na barriga aumentou, assim como a sensação de perigo que aquele homem despertava em mim, mas me empurrei a fazer aquilo que ele ordenou, pois se estava ali, era para atender aos desejos daquele homem arrogante, mas também extremamente belo.
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