Ethan
Chegamos a casa da Mariana eram quase uma hora da manhã e quando ela abriu a porta da sala, a primeira coisa que percebemos foi o Matheus, seu vizinho e funcionário da loja, sentado de maneira displicente sobre o sofá, assistindo TV.
Eu tinha pedido o número do jovem para entrar em contato com ele e pedir que fizesse companhia para a tia Celina, pois eu não tinha a mínima ideia de que horas iríamos sair daquele hospital e me sentia preocupado demais com a Mariana, ao ver o forte inchaço em seu rosto, além do seu olho que já estava completamente roxo.
Matheus ficou logo de pé, ao nos ver entrar no cômodo, mas a expressão no rosto de Mariana denunciava que ela já tinha entendido perfeitamente o motivo do Matheus estar em sua sala de estar, ainda assim, eu decidi esclarecer.
— Fiquei com medo de que a gente fosse demorar muito no hospital e preferi garantir que a tia Celina não estivesse sozinha em casa.
Mariana não fez nenhum comentário, mas segurou a minha mão como uma forma de agradecimento.
— Como você está, Mariana? — Matheus perguntou e era notável que ele estava bastante preocupado.
— Para a minha tranquilidade, não foi nada grave, realmente — a Mariana tenta tranquilizá-lo — Fiz alguns exames e fui liberada. Está tudo bem.
— Nossa! — Matheus fala com admiração e abre um sorriso satisfeito — Fico mais tranquilo ao saber disso.
Mariana retribui o sorriso do jovem e sinto um certo incômodo com a sintonia que os dois parecem ter um com o outro, mas me mantenho a parte, ou ao menos eu tento fazer isso.
— Obrigada por sua ajuda, Matheus — ela agradece — Foi muita gentileza de sua parte ter feito companhia a minha tia até agora.
— Também quero agradecer por ter vindo quando eu pedi, Matheus — acabo me metendo no diálogo tão amigável entre os dois.
— Não foi nada de mais — o jovem diz, parecendo agora um pouco envergonhado — Eu estou indo, então. Acredito que vá ficar alguns dias de repouso, não é mesmo?
A sua pergunta foi dirigida a Mariana, mas eu já imaginava que ela iria negar e acabei a interrompendo antes que ela fizesse tal besteira.
— Isso mesmo, Matheus — falei — Mariana necessita de bastante repouso e por isso não irá para a loja nos próximos dias.
Não me importei com o olhar furioso que a Mariana lançou em minha direção ao ouvir a minha resposta ao seu funcionário. Mais importante que qualquer coisa é a sua saúde e bem-estar.
— Amanhã nós conversamos melhor, Matheus — ela disse apenas.
— Tudo bem, então — Matheus concordou — Até amanhã, Mari… Até qualquer outro dia, senhor Constantino.
Pela primeira vez em toda a minha vida eu senti desconforto ao ser tratado por “senhor” e fiz questão de corrigir o rapaz.
— Pode me chamar de Ethan.
— Ah… Até outro dia, senhor Ethan — ele corrige de maneira equivocada e eu cheguei a trincar os dentes de desagrado.
Matheus saiu apressado após isso e a Mariana o acompanhou até a porta, e quando esta bateu, ela soltou o verbo e demonstrou todo o seu descontentamento com a minha intromissão.
— Você não pode se meter na minha vida dessa forma, Ethan! — ela fala, o dedo em riste, bem na minha cara — Eu não vou aceitar que mande em mim. Só faço aquilo que tenho vontade e essa sua chantagem já está me cansando, está claro para você?
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