Mariana
Eu tinha acabado de chegar próximo a mesa da secretária do maior idiota que já conheci em minha vida, que também atende pelo nome de Ethan Constantino, quando de repente vejo uma porta abrir de supetão e um homem sair de lá parecendo bastante chateado.
Além da forma com que ele tinha acabado de sair da sala, a qual eu deduzi ser de Ethan, outra coisa me chamou atenção naquele homem e eu o encarei com atenção, tanto as suas palavras, quanto a sua aparência.
Eu tinha a nítida impressão de que o conheço de algum lugar…
— Eu vou vender essa história suja para todos os jornais. Todo mundo vai saber que Ethan Constantino não passa de um canalha trapaceiro! — o homem gritou a plenos pulmões, o dedo em riste na direção da pessoa que estava por trás de uma grande mesa de mogno.
Mesmo à distância, eu pude ver claramente que o homem sentado de maneira imponente na cadeira presidencial se tratava de Ethan, mas até aí, nenhuma surpresa.
O que me fez encarar Ethan com muita raiva, mas muita raiva mesmo, foi o fato de lembrar naquele exato instante quem é o homem por trás das ameaças que tinham sido feitas a Ethan.
O poderoso empresário, um grande cretino, ficou de pé de imediato ao me ver, após a porta ter sido aberta pelo homem irado diante de nós, e era visível o quanto ele ficou nervoso quando o encarei compartilhando da mesma raiva que ele estava expressando naquele momento.
Mas antes que eu pudesse fazer ou dizer qualquer coisa, o homem passou pelo vão da porta do escritório elegante com passos pesados e cara de poucos amigos, se dirigindo ao elevador, que estava apenas à espera de alguém de portas abertas, parado naquele andar.
— Imagino que a senhorita seja Mariana… — A secretária tentou contornar a situação.
Eu não respondi, depois me desculparia com a simpática mulher. Agora eu tinha outras coisas bem mais urgentes para fazer.
Caminhei para dentro da sala, Ethan já parecia estar à minha espera, e quando fechei a porta de maneira bastante calma, ele já havia dado a volta na mesa e me olhava com expressão nitidamente culpada, mas tentando disfarçar.
— Um cliente insatisfeito. Nada com o que me preocupar — ele disse, tentando fazer piada da situação — Acredito que tenha vindo pessoalmente agradecer o presente, mas não era necessário vir até aqui, quando ainda não está bem o suficiente para isso. A noite eu iria visitá-la…
Ethan estava nervoso, falava de maneira rápida e tentava parecer descontraído, provavelmente para dar a impressão de que estava tudo bem. Mas não estava nada bem, muito pelo contrário.
— Não sou bem-vinda em sua empresa, Ethan?
Iria judiar um pouquinho… ele não perde por esperar.
— Claro que você é muito bem-vinda em meu escritório… Não foi bem recebida pelos meus funcionários?
Ethan já estava ao meu lado, e tentou me puxar para o que imaginei ser um abraço… ou poderia ter sido um beijo. Enfim, não me importava. Eu me afastei dele.
— Não tenho nada do que reclamar sobre as pessoas que me receberam. O problema é outro.
— Não gostou do presente? — ele perguntou, com o cenho franzido.
— Na verdade, quem gostou mesmo foi Matheus — eu disse com um sorriso que o deixou paralisado e bastante tenso.
— Você e o Matheus…. — Ele limpou a garganta, parecia entalado e seu rosto agora estava vermelho, eu diria que de raiva — Não me diga que vocês…
— Ficou nervosinho, Ethan? — O provoquei — Não aconteceu nada do que está pensando.
— Não estou entendendo — fez um gesto amplo com os braços — Então, por que aquele frangote iria gostar da nossa cama?
— Porque a cama agora é dele — falei com um sorriso enorme.
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