Por Você romance Capítulo 169

Mick

A reconciliação...

— Certo, vamos acabar logo com isso! — rosno baixinho e bato na porta. Aguardo ela abrir, mas é a Jasmine quem aparece no meu campo de visão — Oi! — digo quase sem voz. Jas me abre o sorriso doce de sempre e abre um pouco mais a porta revelando a minha... digo, a Cristal em pé próximo a um espelho.

— Eu espero vocês lá embaixo! — A garota diz saindo logo em seguida e eu engulo em seco. Adentro o quarto meio sem jeito e sem conseguir olhar nos seus olhos, fito a decoração do cômodo. Contudo, sinto que os seus olhos estão o tempo todo em cima de mim, a cada passo que dou. Depois de um curto espaço de tempo decido enfrentar os olhos que são a minha perdição. Eles estão ansiosos e vívidos como sempre e por mais que eu não queira admitir, a sua intensidade me envolver.

—Fala, Cristal! — Decido começar logo com isso, porém, ela me encara atônita.

— O quê? — inquire baixinho e impaciente levo as mãos aos bolsos da calça.

— A minha mãe disse que eu estava sendo injusto com você. Ela disse que eu não podia agir assim com você, que todo mundo merece a porra de uma chance. Então estou te dando a porra da chance. — Cuspo as palavras com um tom frio. Ela puxa a respiração de modo audível e assente lentamente.

— Só vou falar se prometer que vai me ouvir quietinho e sem me interromper. — Faço um gesto de mãos para ela continuar.

— Comece! — Enquanto ela fala, não consigo parar de analisa-la. Os seus lábios grossos e macios se mexem ávidos e lembranças dos nossos beijos preenchem a minha mente. Os seus olhos fitam os meus. Eles estão cautelosos agora, mas ela não mede as palavras, me conta cada detalhe daquele maldito dia e saber de como tudo realmente aconteceu me faz fechar as mãos em punho. Me sinto ferver por dentro e as batidas do meu coração estão descontroladas. Sinto raiva de mim por ter duvidado dela, por deixa o meu ciúme me consumir desse jeito, por tê-la machucado dessa forma. Que amor é esse que você diz sentir, que não confia, que afasta? Que droga, Mick! Eu a julguei e a condenei sem ao menos lhe dar o benefício da dúvida por três dias inteiros.

— Eu nunca menti pra você, Mick e você sabe disso! — Ela diz e os meus olhos voltam a encontrar os seus. — Eu disse que te amava, mas você... — Escuto as suas palavras cheias de mágoas e começo a me sentir preenchido outra vez. Cristal me ama! Porra, ela me ama de verdade! Vou até uma janela dando-lhe as costas e encarando o lado de fora puxando uma respiração atrás da outra e mesmo assim fica difícil de respirar. — Eu nunca quis te machucar... — Ela continua e as lágrimas começam a inundar os meus olhos, mas luto para elas não saírem. Respiro fundo. — É isso. Eu não traí você, não beijei o Victor e você pode perguntar para o seu... — Me viro repentinamente a encarando sério e com dois passos largos, e firmes a alcanço. Cristal se detém e se afasta à medida que avanço, até ser encurralada contra uma parede. E sem me conter a puxo para mim. A minha garota parece confusa, porém, está ofegante e no ato, eu ofego também. Não faço ideia do que se passa na sua cabeça agora, mas a minha está pensando em mil e uma maneiras de lhe pedir perdão. Seus olhos descem vívidos para a minha boca e ela para de respirar, voltando a fitar os meus. E é fim, a beijo com toda a intensidade e saudade que guardei por todos esses dias, apertando-a contra o meu corpo e contra a parede. Porra, estou faminto, sedento por ela e cheio de saudades de nós dois! O seu gosto, a sua maciez, o seu toque, a sua respiração batendo quente contra a minha pele. Como eu senti a sua falta! Colo ainda mais os nossos corpos e ansioso começo a andar na direção da sua cama. Eu a quero para mim, Deus, como a quero! Pensar nisso faz o meu coração pula enlouquecido no meu peito e o meu sangue corre ardentemente pelas minhas veias. Cris envolve o meu pescoço com seus braços e solta gemidos roucos e baixos em meio ao nosso beijo. Isso é muito foda! É uma delícia tê-la de volta nos meus braços outra vez. Logo estou me inclinando, fazendo-a deitar-se no colchão, mas paro procurando os seus olhos. Então percebo que estou chorando. Cris desliza o seu polegar pelas lágrimas e eu deixo as palavras deslizarem cheias de mágoas e dor para fora da minha boca.

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