Algum tempo depois, finalmente nos reunimos ao redor da mesa. A casa está cheia, as vozes se misturam, as crianças riem… A cena aquece meu coração.
A mesa para doze pessoas está impecavelmente arrumada, apesar de Amber já ter derrubado seu copo de suco uma vez.
Maya, em sua cadeirinha, brinca com o purê de batatas, enquanto Elliot tenta convencer Ethan de que já comeu vegetais suficientes.
— Está tudo delicioso, querida — comenta Catherine, sorrindo.
— Concordo — meu pai acrescenta, servindo-se de mais peru. — Mia sempre teve talento culinário. Puxou a mãe.
Falar da minha mãe traz um momento de silêncio respeitoso à mesa. Apesar de nunca tê-la conhecido, Abraham ergue discretamente sua taça em uma homenagem silenciosa que não passa despercebida.
Entre conversas sobre trabalho, histórias das crianças e planos para o Natal, a noite segue em um ritmo leve e agradável. Quando o silêncio se instala por um instante, observo minha família.
Benjamin ajuda Amber a cortar o peru, enquanto Lauren e meu pai trocam olhares apaixonados diante da cena.
Vitória e Theo discutem possíveis nomes para o bebê.
Catherine e Abraham falam sobre o adiamento da volta para San Francisco.
Quando chega a hora da sobremesa, Ethan se levanta com sua taça, pedindo silêncio.
— Antes de atacarmos as tortas que Mia e minha mãe prepararam, gostaria de fazer um brinde — ele anuncia, olhando para todos. — À família que construímos. Aos erros que nos trouxeram até aqui. E, especialmente, à minha esposa, que há dez anos entrou no carro errado e tornou tudo isso possível.
Ele ergue sua taça, e todos fazem o mesmo.
— À família! — respondem em uníssono, enquanto as taças se tocam.
Conforme a noite avança, as crianças começam a demonstrar sinais de cansaço.
Maya é a primeira a adormecer nos braços da avó, que rapidamente a leva para o quarto. Amber mal consegue manter os olhos abertos.
Benjamin, determinado a provar que é grande o suficiente, luta contra o sono, mas seus bocejos se tornam cada vez mais frequentes.
— Acho que está na hora de irmos — Vitória anuncia, acariciando a barriga. — Esse pequeno aqui está bem agitado.
— Também já vamos — Lauren acrescenta, pegando a mão de Benjamin. — Se não colocarmos esse rapazinho na cama logo, amanhã será impossível.
Nos levantamos e seguimos até a porta principal, onde trocamos abraços e promessas para o Natal. Aos poucos, a casa barulhenta volta à tranquilidade.
Quando finalmente fechamos a porta atrás deles, Ethan e eu trocamos um olhar exausto.
— Sobrevivemos a mais um encontro familiar — ele comenta, passando o braço ao redor da minha cintura enquanto observamos os carros se afastando.
Maya já dorme tranquilamente em seu berço, mas Elliot ainda resiste na sala, lutando contra o sono enquanto brinca com seus carrinhos.
— Hora de dormir, filho — digo, me aproximando e estendendo a mão.
— Mais cinco minutos, mamãe — ele pede, juntando as mãozinhas.
— Você já usou essa desculpa duas vezes hoje — Ethan responde, pegando-o no colo. — Vamos, campeão. Hora de recarregar as baterias.
Subimos as escadas com Elliot entre nós, cada um segurando uma de suas mãozinhas. É um ritual que desenvolvemos desde que ele começou a andar: levar nosso filho juntos para a cama.
Quando chegamos ao quarto decorado com estrelas e planetas, ajudamos Elliot a escovar os dentes e vestir seu pijama de dinossauro.
Ethan lê uma história enquanto observo a cena, memorizando cada pequeno momento.
— Boa noite, astronauta — Ethan sussurra, beijando a testa de Elliot quando seus olhos começam finalmente a fechar.
— Boa noite, filho — digo, acariciando seus cabelos claros.
— Boa noite, mamãe. Boa noite, papai — ele murmura, sonolento. — Amo vocês.
Essas palavras simples têm um enorme poder sobre mim. Após anos sem ouvir ou dizer essas frases, agora elas fazem parte do meu dia a dia.
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