Prometida Ao Mafioso romance Capítulo 2

Se havia silêncio dentro do carro, minha cabeça parecia estar prestes a explodir. Não conseguia pensar em algo, sem lembrar de outra situação importante, ou conversa anterior, mensagem, carta ou telefonema, e eu precisava pelo menos saber como me comportar, o que dizer, já que logo estaria frente a frente com um dos homens mais perigosos da máfia. Minha mente fervilhava com inúmeras possibilidades do que poderia acontecer quando encontrasse Michael Villani, e apesar de durante todo aquele tempo procurar saber o mínimo possível a seu respeito, e dos seus "negócios de família", sempre que ouvia seu nome, as palavras impulsivo, implacável, cruel sempre o acompanhava.

– Chegamos – ouvi Levi, e olhei para grandes portões a frente do carro, a medida que nos aproximávamos. Ele baixou o vidro por um instante, na intenção de apressar o homem na guarita, e os que estavam perto dos portões, que foram rapidamente abertos.

Passamos rapidamente entrando em um caminho que levava a frente de uma bela mansão, pouco iluminada, mas muito elegante. Levi estacionou em frente a entrada principal, e me pediu um instante. Observei homens em lugares estratégicos, pensando que Michael Villani teve um imenso trabalho para que eu chegasse até ele, e logo Levi abriu a porta do carro para que eu também saísse do veículo. Ele apontou a porta, que abriu-se logo que chegamos perto. Um hall silencioso e muito bem decorado com seu piso bicolor clássico, e iluminação indireta, que levava a duas escadas curvando-se até o andar superior. A nossa frente, um grande salão, igualmente bem decorado e depois portas duplas de madeira fechadas, e como fomos naquela direção, logo tive o palpite que deveria ser algo como uma biblioteca ou escritório.

Quando Levi afastou as portas, que correram silenciosas vi um ambiente essencialmente masculino, alguns homens cercavam a mesa que estava ao fundo, e quando eles se retiraram pude ver a figura do homem a minha frente. Ele olhou para mim, deu uma baforada em seu charuto, colocando-o de lado sobre o cinzeiro em seguida. Olhou-me por um tempo, como se considerasse se deveria me dirigir a palavra, com seus olhos azuis impiedosos, até levantar-se e vir em minha direção. Michael Villani era muito diferente do que eu imaginava. O tipo atlético, sem exageros, os cabelos negros e a barba cerrada, ele realmente sabia causar uma boa primeira impressão, no meu caso, nem tão boa assim apesar de admitir que era de fato muito bonito. Vestindo roupas bem cortadas, a camisa branca com as mangas dobradas revelavam braços fortes, a calça e o colete ajustava-se perfeitamente a um corpo malhado. O rosto seria digno de capas de revista, o queixo quadrado, lábios bem desenhados, e um nariz perfeito. Nada a ver com o homem de beleza inexistente que eu havia criado em minha mente todo aquele tempo!

– Srta. Giulia Cavalieri – a voz dele soou baixa e propositalmente inexpressiva, Michael se chegou mais perto de mim, como se estivesse querendo ter uma visão melhor, e saber se havia algo mais além de pés descalços, um pudico traje de dormir e um simples roupão – devo dizer que estou surpreso.

Claro que estava! Perto dele, eu deveria parecer desleixada e bem, não que costumasse me vestir como as mulheres que ele estava habituado a conviver, mas certamente estaria mais apresentável.

– Eu sinto muito – disse, ele não desviava seu olhar e estava começando a me deixar preocupada – mas, não tive tempo de me arrumar, já que fui acordada a tiros, levada as pressas por Levi, e arrastada para um carro por aquele outro!

– Arrastada? – seu olhar estreitou-se na direção de Levi, querendo saber do que se tratava.

– Fabian, chefe – Levi respondeu imediatamente.

– Ele a arrastou para o carro?

– Paciência nunca foi o forte dele, senhor – ele pigarreou, e continuou – eu devo dizer que a signorina estava abalada, ela não teve culpa.

– Diga a Fabian para me procurar pela manhã – senti um calafrio, o tom de voz dele foi levemente incisivo, e ameaçador.

– Sim, senhor.

Então ele voltou sua atenção para mim novamente, mas eu não conseguia parar de pensar em como ele reagiria com Fabian. Em um reflexo me encolhi, ao perceber a mão direita de Michael alcançando uma mecha do meu cabelo, afastando-a do meu rosto.

– É mais bonita do que sua mãe.

– Conheceu minha mãe? – ele parecia muito certo do que dizia.

Capítulo 2 1

Capítulo 2 2

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