Rejeitada, mas reivindicada pelos seus quatro alfas romance Capítulo 408

Não estivemos na Casa Wyrding tempo suficiente para desfazer completamente as malas; Harriet se oferece para ajudar, mas não gosto que as pessoas mexam nas minhas coisas. Além disso, Nathan e eu mal trouxemos algo conosco em primeiro lugar.

"Sinto pena de Xiao", eu digo, pegando uma das minhas camisas do guarda-roupa e dobrando-a sobre o meu braço. Acaba em um feixe desleixado, mas faz o trabalho o suficiente para que eu possa enfiá-lo na minha bolsa. "Ela acabou de chegar e agora estamos voltando."

"Tenho certeza de que ela prefere tê-los em um local mais seguro", é tudo o que Nathan diz, movendo-se muito mais rápido do que eu.

"Você acha que eles vão arrombar a porta a qualquer segundo?" Pergunto, tentando manter meu tom leve.

"Acho que quanto mais tempo ficarmos aqui, mais provável isso se torna uma possibilidade." Ele fecha sua pequena mala de rodinhas. "Temos um mágico irritado que poderia nos entregar ao melhor licitante e uma casa cheia de servos traidores."

"Apenas os servos do andar de baixo", eu digo, imitando o tom pomposo de Harriet.

Ele me lança um olhar irritado.

"Eu não estava tentando ser engraçada." Eu verifico embaixo da cama para ter certeza de que não estou deixando nada para trás; tenho uma forte sensação de que nunca mais vamos voltar aqui. "Acho que não é o Jonah com quem precisamos nos preocupar. Aposto que seu tio não parece tão desnecessariamente paranóico agora."

"Não, ele não parece", concorda Nathan.

Há uma batida na porta da sala. Nathan e eu congelamos, nossos olhos travados enquanto ouvimos o que acontecerá em seguida.

"Acabei de receber a notícia de que o rei e a rainha estão indo embora?" É Harriet, e ela parece angustiada com nossos planos de partida.

Planos que ela já conhece.

Dou um passo em direção à porta. Talvez ela seja apenas velha e confusa?

Nathan levanta um dedo em advertência, me impedindo no meu caminho.

"Algo surgiu em Toronto", Xiao mente suavemente. "O rei e a rainha devem retornar imediatamente."

"Que pena! Mas eu preciso que Sua Majestade assine alguns doRidgentos. Espero que ele não esteja com tanta pressa de partir que eu o perca." O tom de Harriet é muito bajulador, muito deferente. Algo está errado.

"Tenho medo de que eles estejam partindo imediatamente. Qualquer coisa que precise da assinatura dele pode ser enviada para o secretário dele em Toronto. Tenho certeza de que você tem as informações de contato", afirma Xiao firmemente. "Enquanto isso..."

Há um estrondo e um baque que atinge o outro lado da parede do quarto, como se algo tivesse sido lançado. Como se alguém tivesse sido lançado.

Então, há um rugido.

Nathan corre para a porta e eu tento impedi-lo, mas mesmo com as duas mãos, não conseguiria segurá-lo. "Fique aqui!" ele ordena, avançando para a sala.

Não vou ficar parada. Eu o sigo, mas meus pés grudam no chão na entrada.

Harriet não é Harriet. Ela é uma lobisomem totalmente transformada nos restos do vestido de governanta primorosa de Harriet.

Mesmo sendo idosa, sua forma de lobo ainda é perigosamente poderosa; não há nada frágil sobre o músculo cordado que se move sob sua pelagem cinza. Ela empurra o sofá pesado de lado como se fosse uma mosca e ele se parte no ar pela força.

Então, o que aconteceu com Xiao?

Nathan ajuda minha guarda-costas a se levantar, mas estou surpresa que ela não esteja morta. Sei que seu uniforme é revestido com um monte de armaduras táticas, mas não sei como esse tipo de coisa se mantém contra um trauma contundente. Mas no momento em que ela está de pé, ela empurra Nathan para trás, gritando: "Tire a rainha daqui!"

Foi quando Nathan me vê, parada lá indefesa, e isso alerta Harriet para a minha presença.

Meu primeiro pensamento é: não vou perder outra maldita mão. Meu segundo é: provavelmente vou morrer, porém.

Harriet avança em minha direção ao mesmo tempo que Nathan. Ele consegue se colocar entre mim e ela, me derrubando para trás e me fazendo rolar para o quarto, onde eu deveria ter ficado. Nathan grita de dor. Sangue espirra pelo chão e eu rezo para que não seja o dele, embora saiba que provavelmente seja.

"O colar dela!" Xiao grita, pulando nas costas largas de Harriet. Uma corrente de ouro brilha contra a pele do lobo. Os dedos enluvados de preto de Xiao se fecham sobre ele, mas ele escapa de seu alcance. "Pegue o colar dela!"

Os dentes de Harriet estalam no rosto de Nathan. Ele afasta o focinho dela com uma mão. A outra segura o pingente na corrente.

Diante dos meus olhos incrédulos, Nathan se transforma.

Não é limpo e arrumado, como nos terrenos cerimoniais. É violento e instantâneo, rasgando as mangas de sua camisa enquanto seus braços se alongam e rasgando o tecido em suas costas. Com um empurrão poderoso, ele manda Harriet - e infelizmente, Xiao - através da sala.

O gelo se cristaliza em meu sangue. Como ela sabe?

Se alguma vez houve um momento para enjoo matinal, eu acho que seria este. Mas por mais que eu queira vomitar ao ver, não posso. Nathan ainda é um lobisomem, Xiao ainda é humana, e o cheiro de sangue está no ar.

"Baixe sua arma", eu digo, calma e firme apesar do terror que me domina. "Xiao, coloque-a no chão."

Tenho quase certeza de que se Nathan ver um humano apontando uma arma para ele, ele não vai ser convencido. Não em seu estado atual.

Me aproximo cautelosamente. Eu sei que ele não vai me machucar, não intencionalmente, mas tenho medo do que pode acontecer se ele não perceber que sou eu atrás dele. "Nathan, está tudo bem."

Seu enorme corpo se ergue a cada respiração que ele dá. Ele é todo movimento e caos e violência, mal contido em um ser físico. Ele vira a cabeça ligeiramente, um olho prateado fixo em mim.

"Coloque-a no chão, Nathan", eu imploro. "Ela está morta. E nós temos que sair."

Ele deixa o que resta do corpo, esmagado em polpa em seu punho. Eu coloco uma mão gentil em seu ombro. "Dê o colar para Xiao."

Ela dá um passo à frente e Nathan rosna com um aviso.

"Dê o colar para ela", eu digo novamente, mais firme. "Eu não posso tirar de você, ou eu também vou mudar. Temos que sair daqui, e não podemos fazer isso se estivermos assim."

Isso o faz entender. Ele estende uma mão coberta de sangue para Xiao, e ela rapidamente arranca o pingente da corrente. Ela o coloca em um dos muitos bolsos de suas calças.

"Não é meu." Ele pega minha mão trêmula e a leva aos lábios. "Não é meu."

"Suas Majestades", Xiao diz, guardando a arma mais uma vez. "É hora de sair."