Se Tudo Pudesse Recomeçar romance Capítulo 152

Quando eu puxei a criança e o segurei nos braços, pronto para partir, vi César, que acabara de ajudar uma gestante, correndo em minha direção com os olhos cheios de determinação.

Antes que eu pudesse entender o que estava acontecendo, ele se jogou sobre mim, me envolvendo com seus braços fortes, girando várias vezes, e finalmente me protegendo completamente com seu corpo robusto.

Então, ouvi um estrondo!

O carro atrás de nós explodiu!

Chamas e estilhaços se espalharam por toda parte!

Aquele som de explosão e o fogo ardente trouxeram à tona memórias vívidas na minha mente.

Parecia ser o início do segundo ano da faculdade, quando eu estava no laboratório realizando um experimento e um irmão, devido a um erro de manipulação, causou uma explosão e um incêndio no laboratório.

Eu estava presa debaixo de um armário derrubado pela explosão, incapaz de me mover.

Só podia assistir, impotente, enquanto as chamas se aproximavam de mim, achando que seria consumida pelo fogo.

Foi então que César surgiu como um salvador do céu, me resgatando daquele desespero.

Depois, soube que, quando a explosão ocorreu, todos estavam fugindo desesperadamente, mas ele, ao saber que eu estava no laboratório, correu para dentro, sem que ninguém pudesse detê-lo.

Naquele momento, ele estava agindo exatamente como naquela época, sem hesitar, arriscando tudo para me proteger.

Felizmente, a explosão do carro não teve uma força tão devastadora, e estávamos a uma certa distância, resultando apenas em alguns estilhaços atingindo suas costas.

Diferente do segundo ano, quando ele segurou uma viga de madeira caída para me salvar, sofrendo queimaduras graves nas costas e precisando de mais de um mês de internação para se recuperar.

Mas agora, ele parecia mais assustado do que naquela época, segurando-me firmemente.

Quando ele me ergueu para me levar ao carro, Paloma, que estava em pé ali o tempo todo, de repente fraquejou e caiu no chão, olhando para César de forma frágil e lamentável: "Irmão César, estou com uma dor de barriga terrível, será que estou prestes a morrer..."

Normalmente, César largaria tudo para correr ao lado dela ao menor sinal de desconforto, mas desta vez, ele não me soltou.

Ele olhou para uma enfermeira próxima e pediu que ajudasse Paloma a subir na ambulância.

Paloma, ao ouvir isso, ficou ainda mais pálida, como se tivesse todo o sangue drenado de seu rosto.

Então, como se uma criatura mítica tivesse sugado toda sua energia, ela balançou um pouco e desmaiou.

A pequena e frágil flor branca, desmaiando assim na fria noite de inverno, parecia tão lamentável e digna de compaixão quanto possível.

César, ao ver isso, apertou-me ainda mais em seus braços, claramente dividido entre suas emoções.