Se Tudo Pudesse Recomeçar romance Capítulo 194

Não pude evitar e comecei a praguejar.

Mas não praguejei contra o César, nem contra as pessoas que estavam com ele e não conseguiram impedi-lo.

Vi com meus próprios olhos ele pular do penhasco.

Eu praguejei contra mim mesma, me chamando de maldição, amaldiçoando-me por ter morrido, e ainda por cima, por ter arrastado César a pular do penhasco!

Quando me encontrasse, ele certamente não me deixaria em paz!

Isso me fez ainda mais relutante em sair.

Minha respiração tornou-se ainda mais cuidadosa.

Temia que ele me descobrisse.

Pensando que eu havia saltado e arrastado seu bom amigo junto, ele certamente queria me matar.

E se ele visse que eu estava bem, enquanto seu bom amigo havia pulado, com certeza não me deixaria em paz!

Felizmente, ele só estava preocupado com César.

Rapidamente, ele subiu no helicóptero e partiu para resgatar César.

Esperei até que o topo da montanha ficasse completamente silencioso para, então, ousar mover meu corpo, que já estava rígido de tanto ficar encolhido.

Em seguida, comecei a descer lentamente a montanha.

Com o pôr do sol, o frio aumentava cada vez mais.

O vento frio batia em meu rosto, doendo intensamente.

Para criar a ilusão de um salto, eu havia rasgado meu casaco de penas, e agora com o vento, as penas escapuliam, voando para longe.

Muito rápido, minhas costas ficaram cobertas apenas por uma fina camada de tecido.

O ambiente era terrível, mas eu só conseguia sentir alívio.

Alívio por ter sobrevivido em segurança.

Do topo da montanha, vi a direção onde estavam os prédios altos, que indicavam a presença de uma cidade, de pessoas, então, ao descer, segui em direção a esses prédios.

Mas, como se diz, "quem vê cara não vê coração".

Caminhei por muito tempo, muito tempo, muito tempo.

Ao meu redor, ainda estava tudo escuro, não havia sinal de luz, de cidade, de esperança.

Para piorar, quando tudo já estava ruim, começou a nevar.

A neve caía cada vez mais forte.

A estrada da montanha, já difícil de transitar, tornou-se ainda mais complicada, escorregadia, quase me fazendo cair várias vezes.

Pensando que adormecer para nunca mais acordar era melhor do que cortar meu próprio pescoço.

E que não havia corrido tanto à toa.

Quando meus olhos não podiam mais se manter abertos, prestes a sucumbir à escuridão.

Vi uma luz vindo em minha direção.

Ouvi vagamente alguém chamando meu nome.

Não sabia se estava tendo alucinações, como a menina dos fósforos antes de morrer, ou o que era aquilo.

De qualquer forma, no instante seguinte, perdi completamente a consciência.

Se a vida pudesse recomeçar, eu realmente não gostaria de conhecer César novamente.

Se eu sobrevivesse a isso.

Não importaria o preço, eu me divorciaria dele e nunca mais teríamos qualquer contato.

Encontrá-lo.

Foi o maior infortúnio da minha vida.

A neve caía cada vez mais forte, até que logo me cobriu completamente, me enterrando sem deixar vestígios.