Se Tudo Pudesse Recomeçar romance Capítulo 196

Ele achou, inacreditavelmente, que eu, alguém que detesta ir ao hospital, fingiria estar gravemente ferida só para evitar Paloma e ficaria no hospital sem voltar para casa!

Naquele momento, ele se sentiu incrivelmente estúpido! Totalmente estúpido!

Tão estúpido que parecia não ter um pingo de bom senso!

Não fazia ideia do que estava acontecendo consigo.

Como pôde achar que alguém como eu, que odeia tanto hospitais, ficaria lá por mais de três meses sem nenhuma razão?

Foi ele quem, assim que soube da minha queda, mandou o Ass. Bruno me procurar, e o Ass. Bruno disse que eu estava bem, mas que não voltaria para pedir desculpas a Paloma, e ainda por cima, me enfureci e o esculhambei?

Foi Paloma quem afirmou ter ido me visitar no hospital, apenas para ser recebida com um golpe que a deixou inconsciente?

Ou foram meus pais que disseram que me visitaram, que eu estava bem e que ele não deveria me dar atenção, pois eu pararia com minhas loucuras por conta própria?

Ele queria acreditar que era por causa dessas coisas!

Que devido a essas pessoas próximas a mim, ele foi induzido a pensar daquela maneira!

A culpa era toda delas!

Completamente delas!

Ele queria muito jogar toda a culpa sobre eles.

Mas ele não podia.

Ele sabia disso.

Ele tinha plena consciência de que a maior culpa era dele mesmo.

Foi sua falta de confiança em mim que o fez acreditar em qualquer coisa negativa que dissessem sobre mim.

Foi seu orgulho excessivo e sua fragilidade emocional.

Apenas porque pensou que eu tinha arquitetado nosso primeiro encontro, que eu o havia manipulado como um caçador captura uma presa, cavando uma armadilha para que ele se apaixonasse por mim, ele não suportou e desejou me causar dor.

Ele permitiu que os outros me maltratassem e me humilhassem.

Permitiu que Paloma me difamasse e prejudicasse repetidamente.

Nunca confiou em mim.

Mesmo quando ele me viu ali, toda enfaixada como uma múmia, com sangue ainda escorrendo pelos curativos, ele não acreditou, insistiu que eu não estava realmente ferida.

Foi seu amor mal direcionado e sua incapacidade de deixar de me odiar que geraram essa situação contraditória.

Era ele, era tudo culpa dele!

Ele finalmente compreendeu por que, após a queda, minha personalidade havia mudado tanto e eu deixei de amá-lo por completo.

Ele me tratou daquela maneira.

Achei que tinha morrido e chegado ao paraíso.

Até que uma voz preocupada ecoou no quarto, e percebi que não estava morta.

Eu havia sido salva.

Isso me fez rir.

Eu realmente sou muito sortuda!

Afinal, ao lutar com todas as minhas forças e perseverar até o fim, fui abençoada pela fortuna.

“Prof. Castro...” Rafael ia dizer algo.

Mas percebeu meu movimento ao meu lado.

Viu que eu não apenas estava acordada, mas também sorrindo.

Ele ficou surpreso por um instante, então caminhou rapidamente em minha direção.

“Irmã, como você está se sentindo?”

Talvez ele achasse que, depois de passar por tanto perigo, eu não deveria estar sorrindo, e temesse que meu sorriso significasse algum problema.

A preocupação estava estampada nos belos olhos dele.