Se Tudo Pudesse Recomeçar romance Capítulo 219

César, com 26 anos, não conseguia suportar o peso dos erros que havia cometido, tal como sua versão de 22 anos.

Ambos não conseguiam suportar o fato de que me feriram tão gravemente, sem sequer estarem cientes disso.

Tão gravemente.

Nem mencionarei a mim.

Até ele próprio.

Ele não conseguia perdoar a si mesmo por ter feito algo assim.

Além disso, eu estava tão ferida que precisei ficar dois meses no hospital antes de conseguir me mover, dois longos meses!

Se realmente ama uma pessoa, mesmo com raiva, não se deve ignorar a pessoa amada de tal forma.

Esse comportamento dele não apenas me fez duvidar, mas também tornou impossível para o juiz acreditar que seu amor era genuíno.

Até ele próprio não conseguia acreditar que seu amor por mim era verdadeiro.

Se fosse verdadeiro, como poderia ser assim?

César estava caído no chão, olhando para mim com um desespero absoluto.

Ele sabia.

Sabia que, não importa o que fizesse, não adiantaria mais.

Ele não tinha mais o direito de fazer qualquer coisa.

Ele não entendia como a versão de 26 anos dele pôde chegar a esse ponto.

Como ele pôde chegar a esse ponto?

Ele me amava tanto!

Ninguém sabia o quão nervoso, excitado e emocionado ele estava no dia do nosso casamento. Ele preferiria se ferir cem vezes a machucar um fio de cabelo meu.

Como pudemos chegar a isso?

Como ele pôde não apenas deixar de me tratar com carinho, prometendo amor eterno, mas também...

Me ferir tão profundamente?

Ele não conseguia suportar.

Não conseguia suportar esse desfecho.

Ele estava tão desesperado, tão absolutamente desesperado.

Esse desespero o sufocava completamente.

Esse desespero o mergulhava na escuridão, sem conseguir me enxergar.

...

No mundo humano, a alegria e a tristeza não se comunicam.

Ele desmaiou, incapaz de suportar a dor.

Antes que ele pudesse terminar, eu disse: "Venha, pegue uma faca e se fira 49 vezes, se você fizer isso, eu vou vê-lo."

Mateus respondeu instintivamente: "Via, você está louca?"

Pedir para ele se ferir!

Soltei uma risada fria: "Você nem sequer está disposto a se ferir algumas vezes pelo seu César, mas quer que eu ignore toda essa dor para vê-lo."

"Por quê? Porque você é cara de pau?"

Mateus ficou sem palavras.

"Suma! Se tentar me parar novamente, vou quebrar suas pernas!" Já estava de mau humor, e ele só piorou as coisas ao me parar.

Se não estivéssemos no tribunal, eu realmente consideraria pedir aos seguranças para dar-lhe uma surra.

Mateus queria dizer algo mais, mas... parecia que ele também se lembrou das provas que viu no tribunal e, por um momento, não sabia o que mais poderia dizer.

Ao sair do tribunal.

Assim que entrei no carro.

Rafael, que havia entrado atrás de mim, me abraçou firmemente.

Fiquei surpresa com o abraço repentino.

Recuperada do choque, estava prestes a empurrá-lo e dizer algo.