Se Tudo Pudesse Recomeçar romance Capítulo 224

Olhei para César com um olhar sem amor, sem ódio, totalmente indiferente.

César escutou as palavras de Paloma e fitou meus olhos, percebendo que, de fato, como Paloma havia dito, eu não sentia nada por ele.

Sua mão, que segurava a caneta, apertou-se de repente.

Paloma, que era especialista em observar as sutis mudanças de expressão de César, sentiu uma satisfação interior ao achar que ele acreditava novamente em suas palavras.

Eu também notei essa mudança em César, e estava prestes a soltar um sorriso sarcástico quando ele puxou o braço de volta e olhou para Paloma.

Por fim, não pôde deixar de rir com escárnio e disse: "Paloma, eu te considero como uma irmã, mas você me acha um tolo?"

Paloma ficou surpresa.

Eu também fiquei perplexa.

Ninguém esperava que César falasse assim.

Depois de recuperar-se do choque, as lágrimas encheram os olhos de Paloma, "irmão César, como você pode dizer isso? Eu só quero o seu bem!"

Apesar de suas lágrimas e a expressão de quem só queria o bem de César, por dentro, ela estava furiosa, achando-o realmente ingênuo.

Enquanto outros se divorciavam e brigavam por bens, ele estava disposto a me dar tudo!

Era difícil encontrar alguém mais ingênuo do que ele no mundo!

"Tudo pelo meu bem?" César soltou uma risada de autoironia e comentou: "Quando Via caiu do penhasco e foi hospitalizada, você disse que foi a primeira a visitá-la, pedir desculpas e pedir para não ficar triste, mas ela te nocauteou."

"Naquele momento, ela nem conseguia se mover. Então me diga, como ela poderia ter te nocauteado?"

Paloma ficou estupefata e, em seguida, seu rosto empalideceu subitamente.

Ela havia caluniado tanto diante de César que muitas de suas mentiras já haviam sido esquecidas por ela, e agora, sendo exposta assim, ela não sabia como reagir.

Demorou um pouco até que...

"Naquela época... Eu pensei que a irmã tivesse me envenenado, por isso... por isso a caluniei daquela maneira..."

Mas.

Depois que ele não suportou sua própria estupidez e o dano que me causou, César revisitou todas as nossas memórias. Quanto mais pensava, mais acreditava que eu realmente havia perdido a memória!

Somente tendo perdido a memória e esquecido o amor por ele, eu poderia ser tão cruel e indiferente!

Ao olhar novamente em meus olhos sem amor, ele se convenceu ainda mais disso!

Isso o fazia odiar profundamente sua própria estupidez do passado!

Quando ele me visitou pela primeira vez no hospital, eu estava lá, embalada como uma múmia, conectada a vários equipamentos.

Mas, apenas porque Paloma disse que eu a nocauteei, ele se recusou a acreditar que eu estava realmente ferida.

Quão ingênuo e cego ele havia sido?

Paloma, que nunca tinha sido questionada dessa maneira por César, nem tinha enfrentado seu olhar penetrante, começou a sentir uma inquietação involuntária.