Se Tudo Pudesse Recomeçar romance Capítulo 227

César estava ali, parado, observando-me enquanto eu, sem hesitar, dava meia-volta e ia embora. Ele me viu entrar no carro, viu meu carro se afastar, até que não pôde mais me ver.

Seu coração, de repente, parecia ter um buraco, como se todo o vento e frio do mundo tivessem encontrado um caminho para dentro dele.

Isso o fez cambalear, quase sem conseguir se manter em pé.

Apesar de ele absolutamente não permitir que tal coisa acontecesse.

Mas minha determinação ainda o fazia temer, temer que essa despedida significasse que não teríamos mais chances.

Ele estava realmente com medo, muito medo...

Flocos de neve pousavam em seu rosto.

Olhando para a neve que caía, ele subitamente se lembrou daquela noite de Natal antes de Paloma voltar ao Brasil.

Naquela noite, nevava tanto quanto agora. Eu, que sempre amei a neve, disse que um Natal com neve era simplesmente perfeito!

Tão romântico!

Insisti em ir a pé até o restaurante para aproveitar a paisagem nevada.

Ele sempre me mimou, e com alegria segurou minha mão enquanto caminhávamos até o restaurante.

Por causa da grande quantidade de neve, logo nossos cabelos estavam cobertos de branco.

Ele ainda se lembra de quando eu levantei o rosto e, com um ar travesso, olhei para ele: "Amor, você acha que parecemos um casal envelhecendo juntos?"

Eu estava tão adorável e sedutora que ele não resistiu e se inclinou para me beijar.

Naquele momento, ele pensou que não precisaríamos da neve para parecer envelhecidos, pois certamente caminharíamos de mãos dadas até ficarmos velhos.

E cada dia seria tão feliz quanto aquele.

Naquele tempo, ele acreditava firmemente que poderíamos envelhecer juntos.

Quem poderia imaginar?

Nós só andamos juntos por mais dois anos.

E foram dois anos dolorosos.

Pensando nisso, ele não só não cumpriu o juramento feito no casamento, de me fazer a pessoa mais feliz do mundo, mas também me fez sofrer tanto.

Várias vezes, quase perdi a vida.