Se Tudo Pudesse Recomeçar romance Capítulo 272

No barco a motor, eu assisti impotente enquanto o cruzeiro explodia, levando César com ele. Foi nesse momento que todas as memórias voltaram, e me lembrei de quanto amava César. A emoção foi avassaladora e completamente incontrolável.

Agora estou acordada.

Não há aquele turbilhão de emoções.

Não consigo descrever o que estou sentindo.

É doloroso, angustiante, uma vontade imensa de chorar, um desejo profundo de que César estivesse vivo.

Mas.

Não é como no barco a motor, onde o desespero era insuportável, onde eu desejava ter ficado no cruzeiro em seu lugar.

Eu não sou mais aquela pessoa que amava César de todo o coração, que não conseguiria viver sem ele.

Mas também não sou mais aquela que, durante o período de amnésia, o odiava intensamente.

Eu não sei que tipo de sentimento tenho por ele agora.

E o tipo de sentimento realmente não importa.

Eu só quero que ele esteja vivo.

Não quero que ele morra por minha causa.

Liguei para Rodrigo, instruindo-o a fazer tudo ao seu alcance para encontrar César.

Ao ouvir que eu estava mais calma, Rodrigo não pôde deixar de comentar: “Via, você é realmente uma pessoa fria e sem coração!”

“César cometeu erros no passado, mas ele arriscou a vida várias vezes por você, e você...”

Ficou apenas triste por um momento e logo se recuperou.

Para ele, parecia que César não valia a pena.

Por uma mulher assim, realmente não valia a pena.

Eu não disse nada, também não sabia o que dizer.

O carinho de César por mim era verdadeiro.

Eu também não sabia, não sabia como César podia fazer tanto por mim.

Afinal, ele podia me ignorar, me humilhar, me machucar de forma tão cruel.

Como uma pessoa pode ser tão dividida?

“Quando César foi te salvar, ele estava preparado para morrer. Com medo de algo dar errado e ele não voltar, ele até arrumou as questões da empresa para você.”

“Via, César te amava tanto, ele só, só te ignorou por causa de um mal-entendido, ele não sabia que você estava tão ferida.”

“Ele é realmente tão imperdoável, a ponto de você não sentir pena dele e continuar tão fria?”

Rodrigo, quase às lágrimas, gritou para mim enquanto eu olhava calmamente para o mar.

Eu não disse nada.

Rafael, que estava atrás de mim, não pôde deixar de dizer: “Se não fosse pela sorte da minha irmã, além de ele quase tê-la matado na montanha ao trocá-la por Paloma, ela não teria sobrevivido àquela queda.”

“Ele quase matou minha irmã várias vezes, mas para você é apenas um mal-entendido, um descuido. É fácil falar quando não é com você!”