Se Tudo Pudesse Recomeçar romance Capítulo 439

Anteriormente, sempre que eu ligava para o César, ele atendia imediatamente. Desta vez, não atendeu.

Ele olhava para o telefone tocando.

Seu coração parecia estar sendo rasgado por alguém, a dor era tão intensa que ele mal conseguia respirar.

Ele não tinha coragem de atender, estava com medo.

Mas ele queria muito atender.

Ele sabia que não tinha mais esse direito, mas não conseguia se controlar, não conseguia resistir à vontade de atender a ligação, de ouvir a voz da esposa novamente.

Queria ver a esposa mais uma vez.

Eu, completamente alheia à batalha interna dele, observava o telefone tocar sem resposta.

Estava prestes a desligar.

Quando, então, alguém atendeu.

"Alô."

Ele disse apenas essa palavra, mas eu percebi que algo estava errado com sua emoção.

Entretanto, naquele momento, eu não tinha disposição para pensar sobre o que estava errado com ele.

Eu só queria resolver tudo de uma vez, me libertar daquela confusão.

Ou A ou B, não queria mais mergulhar na dor e na indecisão.

Não queria mais viver naquela confusão.

"Preciso falar com você pessoalmente. Vamos ao café que costumávamos frequentar. Quando você tem tempo?"

Ao ouvir que eu queria encontrá-lo, César apertou o celular com tanta força que quase o esmagou!

Se nada daquilo tivesse acontecido, ele mal poderia conter a felicidade de saber que sua esposa queria vê-lo!

Ele poderia até ficar louco de alegria!

Mas... mas...

César sentiu seu coração, já tão dolorido, ser ainda mais rasgado.

Depois de um tempo... um bom tempo...

Recuperei-me ao ouvir Célia me chamando.

"Via, você está bem?"

Ela era quem mais me entendia, e apesar de recentemente eu ter decidido me casar com outra pessoa e esquecer César definitivamente, ela sabia que, no fundo, eu ainda não tinha conseguido deixar tudo para trás, que César ainda importava para mim.

Ela também sabia que um amor tão profundo não se apaga facilmente.

Para esquecer completamente, é preciso muito tempo.

"Via..." Ela tentou achar palavras de conforto, mas não sabia o que dizer, então finalizou: "Via, não se importe com aquele cachorro! Ele não merece!"

Demorei um pouco para reencontrar minha voz. "Eu não... não é que eu me importe com ele, eu estou..."

Eu realmente não estava preocupada com César.

Eu realmente...

Não sabia como expressar meus sentimentos naquele momento, realmente não sabia.