Se Tudo Pudesse Recomeçar romance Capítulo 69

“Valéria, como você pôde ser tão cruel! A Paloma está na sala de emergência aguardando para ser salva, e você teve a audácia de desligar o telefone na nossa cara!”

Além das ligações de César, meus pais estavam se revezando para me ligar, só que eu não estava respondendo a nenhuma delas.

Sem esperar que eu me esquivasse, César deu um passo à frente para bloquear a investida de minha mãe.

“Mãe, não fique brava, a Via já está aqui.”

Com seu porte alto e robusto, César bloqueava minha mãe completamente, impedindo-a de me alcançar.

Se fosse a antiga eu, ao ver ele me protegendo assim, provavelmente ficaria tocada.

Mas agora.

Eu.

Só quero bufar friamente.

“César, não a proteja! Ela claramente quer prejudicar a Paloma! A Paloma está em estado crítico, à beira da morte!”

Minha mãe estava tremendo de raiva.

Era como se Paloma estivesse realmente morrendo e eu estivesse tentando matá-la a sangue frio.

Mas, se realmente estivesse tão mal, como ainda teriam tempo de esperar pelo meu sangue saudável?

No pior dos casos, não estão aqui minha mãe e meu irmão? Minha mãe e meu irmão têm o mesmo tipo sanguíneo que eu, e ambos estão completamente saudáveis, poderiam muito bem doar sangue para a frágil Paloma!

Por que eles tinham que esperar que eu viesse?

Era tão óbvio que havia algo de errado com ela que qualquer pessoa que pensasse nisso pensaria que havia algo de errado com ela.

Mas César não só não achava estranho, como estava desesperado para me arrastar e doar sangue.

Contudo, eu não disse nada.

A urgência dele me proporcionou uma oportunidade de quebrar o impasse, e eu estava satisfeita. Não tinha como eu contar a ele que havia algo errado com o ferimento de Paloma.

“Mãe, você mesma disse que a Paloma está em estado crítico. Primeiro, deixe a Via doar sangue.”

Olhei para ele com seriedade, “César, não estou brincando, estou falando seriamente sobre o nosso divórcio.”

“Este é o acordo de divórcio que preparei, dê uma olhada. Se você assinar, eu doo sangue imediatamente. Caso contrário, eu não doarei sangue nem que eu morra hoje!”

Disse eu, entregando a César o acordo de divórcio em minha mão.

Mas César nem olhou e jogou o documento no chão, parecendo muito cansado ao esfregar as têmporas, “Via, não é hora para isso. A situação da Paloma é perigosa.”

“Sim, a situação da Paloma é realmente perigosa, é urgente que ela receba sangue. Não hesite, é uma vida em jogo! Assine logo!” Eu estava mais ansiosa, mais preocupada com Paloma do que ele.

Preocupado o suficiente para fazer César cerrar os punhos, como se estivesse segurando uma raiva monstruosa!

"Via, não me obrigue a usar a força!"

Eu o ignorei e me virei para meu advogado, “Forçar alguém a doar sangue é ilegal?”

Adv. Zélio ajustou os óculos de armação dourada em seu nariz, “Utilizar violência ou ameaça para forçar alguém a vender sangue é punível com prisão de cinco a dez anos, além de multa.”

Eu dei de ombros, “Sr. Cardoso quer ir para a prisão?”