Revelações Amargas
Simon passou os dedos pelas flores no vaso de cristal que ficava na mesinha no canto da varanda de Christian. Observou os carros sendo ocupados pelos seus donos, usando preto, e indo embora. Simon se sentiu mais apreensivo, onde estava Christian?
Sua resposta veio em um segundo quando a porta foi aberta, Christian entrou e atravessou o quarto a passos largos até a varanda e envolveu Simon em seus braços, lhe dando um beijo forte e doce.
— Então?— Perguntou Simon, apreensivo.
— Acabou amor. Não precisamos mais passar pelo Ritual— Christian o abraçou— Podemos ficar juntos e em paz.
Simon suspirou aliviado dando um beijo em Christian.
— Nunca imaginei meu pai daquela forma. Convenceu o Conselho.
— Porque não?
— Porque eu sempre procurei me afastar deles.
— Porque?
— Porque eu não aceitava o que eles eram. Não entendiam o que eles viam um no outro com tantas mulheres por ai— Simon deu um passo para trás e deu um beliscão no braço do namorado— Ai! Calma amor, deixa eu acabar. Eu não aceitava, mas ai quando eu te vi algo dentro de mim mudou, e eu não queria aceitar, e achava que você era algo mal, por isso te tratava daquela forma. Mas aí pensei em uma coisa.
— No quê?
— Sempre agi como quis, sem me importar com as consequências ou com o que aa pessoas pensavam. E se eu estava preocupado com o que eu sentia por você era porque estava pensando como esses burros por aí, então decidi que te queria de verdade— Ele puxou Simon para mais perto e o beijou.
— Para mim o passado não importa mais. Eu te amo. E pronto.
Simon o beijou com mais intensidade.
— Percebi o quanto te amava quando você me defendeu e quase matou Alex. Eu fiquei preocupado com o que aconteceria com você, mas achei tão sexy— O comentário era para descontrair, mas Simon sentiu o corpo do namorado se contrair— O que foi?
— Amor, precisamos conversar. Tem algo que preciso te contar.
Simon apertou o olhar e se afastou olhando para a expressão preocupada do outro.
— O que houve?
— Eu.. Eu matei Alex.
Revelações do Passado
—Thomas Lins, se apresenta perante o Conselho— A voz de Oto reverberou pelo salão. Thomas, que segurava a mão de Matthew a soltou e desceu a escadaria em direção ao centro.
Todos aqueles olhos estranhos olhava friamente para ele. Fora obrigado a usar as mesmas roupas transparentes e brancas e a máscara. Matthew fora obrigado a usar o mesmo terno e a mesma máscara.
—O Submisso, perante o Conselho— Os homens e rapazes começaram a cochichar— Thomas não só fará parte da vida financeira desta família, como também do Conselho e da vida pessoal. Assim como meu filho.
Thomas olhou para trás. Matthew vinha ao seu encontro. Postou—se ao seu lado e segurou mão.
—Desejam mesmo selar o desejo do casamento futuro?— Perguntou Corriam sem emoção alguma.
—Sim. Desejamos— Matthew respondeu sem rodeios.
Thomas queria muito acabar logo com aquilo, estava envergonhado por estar quase pelado na frente daquelas pessoas estranhas que pareciam não gostar nem um pouco dele.
Lembrava—se da noite que Matthew o deu os papeis para assinar e explicou sua atual situação milionária, teve de contar ao irmão, pois não havia como esconder mais nada. O irmão por sua vez aceitou tudo, pedindo apenas para Thomas não dizer nada a mãe. A mãe que ainda continuava em coma e piorava a cada dia, pensou Thomas triste.
Apertou mais a mão de Matthew.
—Os filhos homens que tiverem também passaram pelo Ritual— Corriam explicou. Thomas estremeceu— Matthew será o homem da casa, Thomas será o pilar da família, cuidaram da família nova.
Thomas assentiu. Não queria que sua vida fosse ditada por um bando de loucos, mais era o único jeito para ficar com Matthew. E estava disposto a isso.
—Aqui e agora o Conselho sela a união de Matthew e Thomas.
Tiago passou o polegar pelo braço do irmão.
—Quer conversar?— Thomas fez que não com a cabeça— O que você tem? Aquele seu namorado fez algo contigo?
—Não. Só estou pensando em tudo. Em tudo que aconteceu.
Tiago assentiu. Estavam no corredor do hospital. O médico os havia chamado para falar de uma nova complicação, mas ainda não havia chegado.
—Thomas, não vou fazer parte dessa sua nova vida. Não que eu não te apóie, sempre vou te apoiar. Mas eu quero viver minha vida, sem seu dinheiro, eu estava pensando em morar um tempo em Paris.
Thomas olhou surpreso para o irmão.
—Não. Mais e eu? E a mamãe?
—Vocês agora vão ficar bem sem mim. Você é milionário agora, é só por um tempo. Prometo voltar. Eu só preciso pensar.
—Eu... Eu entendo— Thomas o abraçou forte— Te amo.
—Também te amo. O médico.
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