Não imaginou que Yasmin pensaria em uma saída inteligente e ligaria para Arthur. Teria elogiado a jovem por sua perspicácia não fosse pela luta em curso.
Além disso, ele daria uma bronca nela quando soubesse do incidente desta noite. Só de pensar em sua repreensão paternal sentiu a frustração borbulhar dentro de si.
Homens deviam tratar suas parceiras com cuidado e gentileza se não quisessem afastá-las. Arthur, no entanto, sempre lhe mostrava uma cara azeda como um irmão faria. Foi assim que percebeu que não sentia nada por ela.
Perdida em seus devaneios, ouviu o som de passos aproximando-se. O grandalhão que guardava a entrada cumprimentou: “Sr. Morison.”
Sr. Morison? Victoria ficou estupefata quando ouviu o sobrenome.
A voz distante, porém familiar, perguntou: “Onde ela está?”
“Bem ali.”
“Está bem. Está dispensado.” Sua voz era baixa e rouca.
Victoria ficou sentada sem mover um músculo. Ficou surpresa ao descobrir a identidade da pessoa que chegava. Vários nomes de velhos conhecidos passaram por sua mente, exceto um — Bruno Morison.
Por que ele?
Bruno liderava sua lista de pessoas mais odiadas quando eram jovens. Embora fosse um dos amigos de Arthur, nunca a respeitou. Aquele idiota tinha mania de puxar suas tranças, daí o ódio.
Esqueça o fato de que a chamava de Vixie, um trocadilho com a palavra ‘fada’, em inglês, ‘pixie’, Victoria se ressentia dele por contar histórias sobre Arthur e Claudia.
“Por que não veio à festa de aniversário de Claudia? Arthur deu um lindo colar de presente para ela. Você viu?”
“Ontem, Claudia convidou Arthur para um baile de máscaras e eles ganharam o prêmio de melhor casal! Por que não veio?”
“Claudia deu um suéter feito sob medida para Arthur. Ela mesma desenhou a imagem nas costas e bordou as palavras no ombro direito da frente. Você viu?”
O sujeito sempre tagarelava sobre os dois na frente dela, e quando que o fazia, ela respondia em tom sério: “Pare com isso, Bruno. Não fiquei sabendo, nem quero saber. Ouviu?”
Ele, porém, parecia incapaz de entender uma ordem humana porque nunca parou. Aos poucos, cansou-se, até que um dia ouviu o próprio Arthur dizer que só tinha olhos para Claudia no pequeno jardim.
Nunca mais se desentendeu com Bruno depois disso, nem mesmo quando sentiu ciúmes.
Não querer ouvir a respeito não mudaria o fato de que Arthur só tinha olhos para Claudia.
Bruno, mais tarde, notou que ela já não reagia ao mencionar a dupla e nunca mais o fez. Quando deixou o país, todos se despediram, menos Victoria. Mandou uma mensagem para ela e pediu que Arthur comprasse um presente em seu nome.
“Até breve, Vixie.”
O presente era uma echarpe. Gostou da cor e da textura, mas manteve na caixa. Nunca mais foi aberta.
…
“Coma um pouco. Você não tocou em nada. Seus gostos mudaram? Ou não são do seu agrado?”
Baiacu? A mulher franziu a testa. “Pode parar de me dar apelidos?”
Um abraço? Antes que reagisse, o homem abriu os braços e se inclinou em sua direção. O cheiro de tabaco ficou mais forte.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Segredos do amor
Só eu que desejo que Victoria fique com Bruno????...
Gostaria de saber se tem previsão para o término do livro!!??...