Pensando nisso, Victoria desviou o olhar para evitar fazer contato visual com Bruno e disse: “Quer dizer que decidiu ficar e fazer sua carreira aqui?”
“Sim, é provável que volte à ativa daqui duas semanas.”
Victoria disse: “Então desejo sorte em sua jornada. Talvez esteja abarrotada de trabalho por enquanto, então não terei tempo livre para curtir por aí.”
Bruno entendeu as evasivas e a rejeição que suas palavras continham.
No entanto, não era mais o jovem impulsivo que costumava ser. Agora era um homem adulto e sabia que não deveria apressar as coisas.
Depois de tantos anos, já estava preparado para uma longa batalha. Então era óbvio que não tinha pressa, mas não desistiria por causa de uma negativa indireta.
“Está tudo bem. Podemos nos ver quando estiver livre. Ficarei feliz desde que não se esqueça deste velho amigo só porque alguns anos se passaram.”
Victoria ficou um pouco confusa com a resposta.
Será que entendi mal alguma coisa?
Logo, algo lhe ocorreu.
Nos cinco anos em que Bruno viveu no exterior, provavelmente arranjou uma namorada. Quanto ao motivo pelo qual ainda usava aquele clipe de gravata, talvez fosse porque era um presente de uma velha amiga. Deve ser normal manter por perto coisas com valor sentimental.
Victoria também fazia o mesmo. Ainda mantinha os presentes que seus amigos lhe deram quando era jovem, mas isso queria dizer ainda eram pessoas especiais para ela? Não, queria dizer que as memórias contidas naqueles presentes é que eram preciosas.
Depois de pensar nas coisas, relaxou e baixou a guarda.
“Bem, tudo bem.”
Jantaram. Victoria não estava com muita fome e sentiu que o prato escolhido estava sem sabor, por isso comeu muito pouco. Quanto a Bruno, também não comeu muito da comida que pediu. Talvez porque tinha acabado de voltar do exterior e tivesse perdido o costume de comer comidas típicas dali.
Quando chegou a hora de pagar, Victoria se adiantou e pagou.
Bruno a observou e sorriu um pouco exasperado. “Está compensando por destruir minha festa de boas-vindas?”
“Sim. Estraguei sua festa, por isso este é por minha conta.”
O homem ficou um tempo em silêncio, então disse: “Se calcularmos os gastos, acho que continuo com mais prejuízo.”
Quando os dois saíram do restaurante, Victoria riu quando disse: “Sim, é verdade. Vou pagar um super jantar para você na próxima vez.”
“Vou lembrar disso. Promessa é dívida.”
Quando entraram no carro, Victoria lembrou-se do incidente do dia anterior, então perguntou: “Você estava com um carro diferente quando foi à empresa ontem, né?”
“Sim”, Bruno assentiu. Estava abrindo a porta do banco do passageiro para ela. “Era de um parente meu.”
Victoria agradeceu-lhe antes de entrar no carro.
Demoraria cerca de meia hora para chegar em casa. A mulher pensou que não teriam muito o que falar, mas Bruno estava mais tagarela do que costumava ser.
“Como está o seu pai agora? Ouvi dizer que foi para o exterior para expandir os negócios.”
“Sim, meu pai disse que sua área de atuação estava indo melhor no exterior, então quis tentar.”
“Já era muito tarde quando soube o que aconteceu com sua família, ou teria feito alguma coisa. Desculpa.”
Ficou bastante surpresa ao ouvi-lo pedir desculpas. Estava tudo bem, na verdade, não se importava que ele não tivesse ajudado.
“Está tudo bem. Tudo já se resolveu, de qualquer forma.”
Sentindo-se culpado, Bruno suspirou e disse: “Não para mim. Minha amiga precisava de ajuda, mas não fiquei sabendo, nem pude contribuir com nada.”
Na realidade, embora tivesse ido para o exterior naquela época, sabia tudo a respeito da família de Victoria. Sabia o que ela vinha fazendo nos mínimos detalhes. Tinha um informante que o notificava sempre que algo acontecia com ela.
No entanto, quando soube da falência dos Selwyn, Arthur já tinha resolvido tudo.
Isso aconteceu porque sua irmã alegou que o incidente poderia afetar seus estudos, então proibiu o informante de contar-lhe.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Segredos do amor
Só eu que desejo que Victoria fique com Bruno????...
Gostaria de saber se tem previsão para o término do livro!!??...