Arthur pretendia dizer que a tinha visto no carro de Bruno.
Porém, optou por não o fazer, pensando que Victoria tentaria se explicar.
Bruno a deixou na porta de casa, afinal.
Quando a mulher ouviu a pergunta, pensou que se referia ao ferimento de Claudia.
Tinha certeza de que não a tinha empurrado, mas ele acreditaria nela se dissesse?
Só acreditaria em Claudia, não é?
Consumida por tais pensamentos, olhou-o e perguntou: “O que ela lhe contou?”
“Como é?”
Arthur não conseguiu entender a princípio, ainda estava concentrado no fato de que seu amigo a havia trazido para casa.
Depois de um breve momento, enfim compreendeu a perguntava.
“Quer dizer Claudia?”
O tom que ele usa quando se refere a ela é mesmo afetuoso, Victoria pensou com amargura.
Fingiu um sorriso. “Sim. Ela não se machucou? Acreditaria em mim se eu dissesse que ela caiu sozinha?”
Pareceu acalmar-se, sem esperar qualquer resposta.
Seus belos olhos pareciam esconder um pouco de zombaria.
Parecia estar dizendo: ‘Mesmo que me explique, sei que não vai acreditar e não me importo se acredita em mim ou não.’
O comportamento fez a careta de Arthur se intensificar. Ela mudou muito. Como esperado.
Victoria arqueou uma sobrancelha. “Problema seu se não acredita em mim. Só estou dizendo.”
O homem ficou em silêncio por um tempo, mas enfim disse: “Eu acredito.”
Ficou confusa.
Arthur encarou-a com olhos profundos e escuros, e continuou: “A amiga dela continuou causando problemas. É uma pessoa orgulhosa, então...”
Ao ouvir aquelas palavras, emoções se chocaram contra sua postura calma. Encarou-o sem acreditar.
Somente quando falou percebeu que sua voz estava vacilando: “Então você sabia a verdade, mas preferiu fingir que ela é inocente e que eu sou a culpada, é isso?”
Que patético.
Estavam casados há tanto tempo, mas Victoria nunca se sentiu tão ridicularizada quanto agora. Sentia-se uma palhaça.
Mesmo que não fizesse aquele tipo de coisa, enquanto alguém precisasse de um bode expiatório, teria de ser um para eles.
O que tornou tudo ainda mais ridículo foi o fato de que realmente seguiu o conselho de Nicolas e tentou olhar as coisas de outra forma.
Aos olhos de Arthur, devia ser uma idiota genuína.
De alguma forma, o homem se sentiu um pouco inquieto quando viu que Victoria estava chateada.
Sentiu um vazio em seu coração, como se estivesse prestes a perder alguma coisa. Sob o olhar desesperado dela, segurou sua mão com força.
“Ela estava ferida, o médico disse que teria de dar pontos, que deixaria uma cicatriz, então fiquei para confortá-la.”
“Ferida? Cicatriz?” Talvez enfurecida por Arthur, Victoria não tomou cuidado com o que disse a seguir: “Mesmo que ela morresse, o que isso tem a ver comigo, Arthur?”
Afastou a mão dele e olhou-o com ódio.
“Se quiser cuidar dela, vá para o hospital. Saia da minha frente e não se atreva a fazer acusações contra mim.”
Decidiu não perder mais tempo e subiu as escadas depressa.
Arthur ficou onde estava. As palavras fizeram suas têmporas pulsarem violentamente, e ele não pensou muito quando foi atrás dela.
Depois de entrar em seu quarto, Victoria foi para o banheiro. Queria lavar o rosto e acalmar-se.
Mas, no momento em que entrou no cômodo, Arthur também o fez.
Quando sentiu o aroma misto que vinha dele e se lembrou do que tinha acabado de lhe dizer, ficou lívida ao virar-se para olhar em sua direção.
“Sai.”
O homem, no entanto, aproximou-se dela e disse: “Acalme-se. Posso explicar.”
Náusea?
Victoria de repente abriu os olhos como se tivesse acabado de se lembrar de algo. Ah, não. Meus hormônios estão um caos. Será que afetará o bebê?
Depois do banho, olhou-se no espelho. Percebeu que seus olhos estavam injetados e percebeu o quanto estava irritada. Não posso deixar que minhas emoções me dominem.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Segredos do amor
Só eu que desejo que Victoria fique com Bruno????...
Gostaria de saber se tem previsão para o término do livro!!??...