Segunda Chance, Não Pense em Fugir! romance Capítulo 158

Faça você mesma…

Adriana sentiu uma ardência interior, mas sua espinha, involuntariamente, enrijeceu.

Ela ergueu os olhos, encarando diretamente os dele. Na penumbra, aqueles olhos pareciam um abismo sem fim.

Ele, por outro lado, apoiava o queixo com a mão de forma quase displicente, observando-a com um olhar que mesclava curiosidade e algo mais, enquanto um sorriso sutil brincava em seus lábios.

Lembranças amargas vieram à mente de Adriana, trazendo consigo uma sensação de humilhação profunda. Ela desviou o rosto, incapaz de sustentar o olhar.

Mordendo o interior da bochecha com tanta força que o gosto metálico de sangue invadiu sua boca, ela tentou em vão aliviar a dor emocional que a consumia - forçando-a a continuar mordendo...

De repente, sentiu uma dor na mandíbula, e seus lábios se entreabriram. Uma linha de sangue escorreu pelo canto de sua boca.

O homem à sua frente estreitou os olhos, com uma fúria silenciosa brilhando neles.

Ele estava irritado.

"É assim tão insuportável para você? Então, por que decidiu me provocar desde o início?"

"..."

Adriana permaneceu em silêncio, recusando-se até mesmo a olhar para ele.

Subitamente, sentiu a pressão em seu queixo aumentar de forma gradual, mas firme.

Ela levantou o olhar, com seus olhos marejados brilhando à luz suave do ambiente. Os cílios tremiam, mas seu olhar continuava desafiador, uma recusa silenciosa em ceder.

Jaques afrouxou um pouco a pegada, passando os dedos adornados com um anel de rubi sobre o sangue em seu canto da boca, com uma força dominadora.

"Você não é nenhum pouco obediente. Você é teimosa demais." - Sua voz era grave, até mesmo com um tom de resignação.

"..."

Adriana fechou a boca, sentindo sua resistência inicial ruir sob aquele toque inesperadamente brando.

Ela apertou a camisa de seda, com a transpiração de suas palmas deixando marcas na tecido, amassando-o em uma bola. A pele de seu torso estava visivelmente contraída.

Tudo ficou em desordem.

O olhar de Jaques ficou mais intenso, quase predatório.

Sem aviso, ele se inclinou para mais perto, e o calor de sua respiração contra o rosto dela fez com que Adriana estremecesse, incapaz de esconder sua reação.

Ele segurou o braço dela, envolvendo-o ao redor do próprio pescoço. Antes que pudesse protestar, a ergueu rapidamente. Um pequeno grito escapou dos lábios de Adriana, mas foi imediatamente silenciado quando Jaques a beijou.

Jaques, segurando Adriana, pressionou a cabeça dela para aprofundar o beijo. Caminhou alguns passos e a pressionou contra a cama.

"Eu não quero isso..." - A voz de Adriana era suave e trêmula, mas ainda assim, podia-se ouvir o medo nela.

No entanto, Jaques, consumido por uma paixão insaciável, não parecia disposto a ouvir.

Seu pomo de adão moveu-se. Ele segurou firmemente a nuca de Adriana, com suas bocas entrelaçadas em um embate de vontades.

"Ah..." - Adriana batia nele fracamente.

Ele permitia sua resistência, mas não a soltava, como se estivesse saboreando o momento, lento e deliberado, como um predador se deleitando com sua presa.

De repente.

Agora, ela deixaria Adriana passar a noite em claro.

Ela deveria agradecer à Diretora Rocha pelo arranjo.

No entanto, Eunice esperou até que a chuva do lado de fora cessasse e a lua estivesse alta no céu. No entanto, Jaques não retornou.

No lugar disso, Eunice ouviu o som do chuveiro ligado no quarto ao lado.

Ela olhou para a parede branca com dentes cerrados, quase rasgando os lençóis de raiva.

Adriana, você me aguarde!

...

No dia seguinte.

Adriana foi acordada por batidas insistentes na porta.

"Adriana, Adriana, por que você não está respondendo? Aconteceu algo com você?"

"Adriana, se você não abrir, vamos chamar o zelador para arrombar a porta!"

As vozes de Luciana e Eunice eram inconfundíveis.

Adriana piscou confusa. Então, levantou-se rapidamente para olhar ao redor.

Jaques!

Se elas descobrissem que o Jaques estava com ela, realmente não conseguiria se explicar.