Segunda Chance, Não Pense em Fugir! romance Capítulo 233

Em meio ao desespero, Adriana pisou na grama macia e torceu o pé, lançando seu celular para longe. O aparelho deslizou pela encosta até cair na água tranquila de um lago artificial.

Ela não perdeu tempo pensando em recuperá-lo. Seu instinto foi esconder-se imediatamente.

Do outro lado, o homem hesitou por um momento, focado em proteger Eunice, o que lhe custou alguns preciosos segundos para alcançar a área atrás dos arbustos.

De repente, um pequeno gato de rua saltou para fora, lambendo tranquilamente suas patas.

O homem relaxou e se virou, envolvendo Eunice em seus braços, seu olhar ardente deixando clara sua intenção de continuar: "É só um gato abandonado."

Quando ele tentou se aproximar mais, Eunice o empurrou com visível desagrado.

"Pare com isso! Eu realmente não estou me sentindo bem."

Imediatamente, o homem tirou sua jaqueta de couro e a colocou sobre o casaco de Eunice.

Ela, porém, fixou o olhar no gato que lambia suas patas, franzindo a testa: "Algo está errado... Sinto como se alguém estivesse por perto."

O homem deu de ombros: "Você está muito nervosa. Vamos, eu levo você para casa."

Eunice ignorou suas palavras e afastou sua mão com impaciência. Com passos firmes, ela se aproximou do gato e lhe desferiu um chute impiedoso.

O animal soltou um miado agudo e correu para a mata.

Ela permaneceu parada onde o gato estivera deitado, examinando os arredores com olhar atento, até que algo chamou sua atenção: um galho quebrado.

A superfície cortada era muito diferente das dos outros galhos ao redor.

Ela disse, em pânico: "Olha! Isso definitivamente foi feito por alguém!"

O homem analisou rapidamente a área e respondeu calmamente: "Aquele gato era feroz, forte o suficiente para quebrar o galho ao saltar."

"Não! Não foi um animal. Foi uma pessoa!" - Eunice, alerta, apontou para um pedaço de grama amassada: "Pegadas! Veja!"

Ele se aproximou tranquilamente, deixando escapar uma risada suave: "Que tipo de pessoa teria pegadas tão finas? Provavelmente foi o gato rolando naquele espaço."

Infelizmente, eram as marcas deixadas por Adriana ao torcer o pé.

Eunice, ainda desconfiada, continuou sua busca, fixando o olhar no lago artificial à sua frente.

Ela se aproximou, passo a passo.

E Adriana, escondida no outro lado da moita, ficou aterrorizada.

Era o final do outono e, como muitos lagos artificiais da região, aquele havia tido seu fluxo de água interrompido, deixando apenas um nível baixo de água estagnada.

Adriana abaixou a cabeça, continuando a observar o homem.

Ele se virou calmamente para o médico que se aproximava.

"Dr. Ferreira, o que está fazendo aqui? Não há muito para ver nesta estação fria."

"Eu só queria um lugar tranquilo para fumar um cigarro. Você sabe como é, meu departamento não permite fumar. Mesmo que eu fosse para a área de fumantes, se os familiares dos pacientes me vissem, seria um problema."

Com um cigarro já entre os dedos, o homem parecia completamente relaxado.

Era impossível imaginar que, minutos antes, ele estava abraçando uma mulher com desejo ardente.

O médico deu uma risada descontraída: "Que coincidência. Eu também vim pelo mesmo motivo."

Ambos acenderam seus cigarros. Entre uma tragada e outra, o homem casualmente encontrou uma desculpa para sair primeiro, como se não tivesse pressa.

Parecia estar indo atrás de Eunice.

Logo depois, o outro médico apagou o cigarro e também se retirou.

Sozinha na vastidão ao redor, Adriana colapsou na grama, ouvindo apenas sua própria respiração.