Senhora Rebelde e Senhor Submisso romance Capítulo 329

Helena exibia um desgosto evidente em seus olhos, mas não restavam mais perguntas a fazer.

Sem lançar mais um olhar, começou a caminhar para frente.

Luiza soltou um suspiro de alívio, de forma discreta.

Após alguns passos, Luiza escutou subitamente a voz de uma mulher.

- Tia. - Era Clara.

Ela avistou Helena e não demonstrou qualquer sinal de pânico, mantendo sua voz doce e gentil.

- Como você também está aqui? - Ao vê-la, Helena perdeu imediatamente a serenidade que tinha antes.

As atitudes de Clara a tornaram motivo de chacota em toda a alta sociedade, a ponto de agora todos comentarem que ela insistiu em adotar um filho alheio na família Souza, fazendo com que ela se envergonhasse a ponto de não ousar mais sair de casa.

Ao avistar Clara, sua expressão não era amistosa, naturalmente.

Clara encarou Helena com olhos lacrimejantes, rapidamente se enchendo de lágrimas.

- Tia, na verdade, tenho me sentido muito culpada nesses dias. Visitei sua casa inúmeras vezes, mas você sempre se recusou a me ver. Sei que é difícil me perdoar, mas eu realmente tenho muito carinho por você... - Clara prosseguiu. - Cuidar de você no hospital foi um período do qual não me arrependo; eu a via como uma mãe. Meu único arrependimento é que, quando mais nova, não compreendia as coisas e fui enganada por um canalha, resultando na gravidez desta criança. Mas eu não fiz nada de errado... Se cometi algum grave erro, foi me apegar demais ao seu afeto, ao afeto do Miguel. Me apaixonei por ele e temia que você descobrisse a verdade e não me aceitasse, por isso menti... - Clara se engasgou. - Mas o carinho que sentia por você também era evidente. Será que por um erro, todos os gestos bons do passado devem ser anulados? Quando você estava inconsciente no hospital, cuidei de você todos os dias, a limpando, a banhando, massageando suas mãos e pés. Durante sua recuperação, rezava por você diariamente e vinha ao hospital acompanhar suas consultas...

Essas palavras fizeram Helena recordar daquele período.

De fato, Clara cuidou dela com todo coração e esforço.

Mas, nesse exato momento, Luiza correu e puxou Helena para longe.

Helena não chegou a tocar Clara, que caiu no chão, pálida.

- Minha barriga... - Ela caiu de frente, gritando de dor. - Alguém me ajude, por favor, me ajude...

O mordomo correu para verificar, Clara tinha caído, enquanto o sangue fresco fluía de sob sua saia, manchando de vermelho seu vestido branco.

A enfermeira, atraída pelos gritos, já estava avaliando sua condição.

- Esta gestante está com uma hemorragia grave...