Senhora Rebelde e Senhor Submisso romance Capítulo 349

Quando Luiza acordou, Miguel tinha acabado de sair do quintal.

Ela ouviu um barulho e se dirigiu à pequena sacada.

Miguel, sentindo seu olhar, levantou os olhos para ela e, sem dizer nada, entrou no carro e partiu.

O coração de Luiza se apertou, sem entender o motivo, e ela se sentiu angustiada.

Ele partiu assim, sem nem sequer proferir uma palavra.

Nos três dias seguintes, Miguel não ligou nem uma vez para ela, parecia que haviam iniciado uma guerra fria, sem qualquer contato entre eles.

Luiza visitava o pai no hospital todos os dias.

O estado de saúde do pai não era bom nem ruim, mas sim uma miocardite que causava palpitações e fraqueza, necessitando de cuidados adicionais.

Naquele dia, depois de visitar o pai, ela estava prestes a voltar para casa quando encontrou Clara no primeiro andar do hospital.

Parecia que ela estava prestes a receber alta.

Contando o tempo, havia uma semana desde seu aborto.

Luiza viu ela e seu rosto permaneceu inexpressivo.

Clara ainda tinha o ar frágil e doce de sempre, mas seu rosto estava pálido como o de uma bruxa.

- Lulu, quanto tempo não nos vemos. - Disse Clara, sorrindo para ela como se nunca pudesse ficar zangada.

Luiza olhou para o ventre dela, que já estava achatado.

Clara percebeu seu olhar, olhou para a própria barriga e sentiu que Luiza estava zombando dela. Seu rosto esfriou.

- Lulu, você acha que só porque perdi meu filho, você venceu? - Disse Clara, antes que Luiza pudesse responder. - Não fique tão orgulhosa, porque neste jogo, você ainda não venceu de verdade.

Luiza sorriu.

- Você está delirando? Quem está jogando com você? Você está lutando por vitórias sozinha.

Quando viu aquela mulher, Clara quase enlouqueceu de rir.

Então era isso.

O sangue do cordão umbilical do seu filho seria usado para salvar essa mulher.

Pensando nisso, o coração de Clara se encheu de ódio e tristeza, mas como ela poderia ser a única a saber disso?

Luiza também deveria saber.

Ela olhou para Luiza sorrindo e disse pausadamente:

- Miguel me deu tantos benefícios e queria que eu tivesse o filho porque precisava do sangue do cordão umbilical, que seria usado para salvar a mulher que vive no último andar. Você sabe quem ela é?

- Ela se chama Nanda Menezes. - Clara terminou, observando o rosto de Luiza empalidecer gradualmente, sorrindo satisfeita. - Na verdade, Miguel sabe de tudo o que fiz para você, mas por que ele ainda não me expulsou do país? Ele sabe que temos uma rixa e também acha que sou uma ameaça para você, mas ele não quer me afastar, sabe por quê?

- Porque eu tenho o raro sangue Rh negativo, e a Nanda também tem. Pessoas com esse tipo sanguíneo são raras, e quando necessário, meu sangue pode salvá-la. Lulu, não sou apenas eu que sou um banco de sangue para ela, você também é.