Senhora Rebelde e Senhor Submisso romance Capítulo 906

Miguel parecia surpreso, levantando uma sobrancelha enquanto a observava.

— Seu último desejo é me dar um beijo?

— Sim, já que você não acredita em mim, não vou mais explicar. Apenas me deixe te beijar e te abraçar neste último momento.

Miguel, visivelmente surpreso, a olhou de lado, com os olhos semicerrados.

— O que você está tentando fazer agora?

— Estou à sua mercê, prestes a morrer. O que mais poderia fazer? De qualquer forma, você não vai acreditar no que eu digo, então…

Ela olhou para os lábios dele.

Na verdade, ela estava calculando, tentando descobrir quanto sentimento Miguel ainda tinha por ela.

Embora não quisesse usar artimanhas, naquele momento, ela não queria morrer. Sua avó ainda precisava dela para ser resgatada, e Felipinho esperava por sua mãe para se reunir com ele.

Assim, se houvesse uma pequena chance de sobrevivência, ela a aproveitaria. Mesmo que tivesse que morrer, deveria esperar até que sua avó e Felipinho estivessem a salvo.

Sem esperar pela resposta dele, se inclinou e o beijou.

A mudança foi abrupta.

Miguel não esperava que Luiza fizesse algo assim. Ele ficou paralisado por um momento, mas logo tentou a empurrar.

Percebendo seu movimento, Luiza agarrou seu pescoço com força e se pressionou ainda mais contra ele, aprofundando o beijo e até estendendo a língua.

Ela ia se casar com Theo, e Miguel estava ali para a matar.

Aparentemente, isso era uma vingança, mas havia mais inveja e ódio envolvidos. Caso contrário, ele poderia a ter matado no hotel na noite anterior, em vez de esperar até ela acordar e perguntar qual seria seu último desejo.

Ela estava apostando que Miguel ainda a amava.

Pensando nisso, ela se aproximou ainda mais, envolvendo sua língua com a dele, em uma mistura de desejo e desesperança.

Miguel ficou até um pouco desajeitado por causa dela, segurou firme seus ombros para a controlar e a empurrou com força, a encarando friamente:

— O que está fazendo? Com medo de morrer e tentando me seduzir?

— Você acha que isso vai fazer com que eu seja mais brando com você?

Luiza, com uma leveza quase resignada, respondeu:

— Você não precisa ser brando. Eu sei que você veio para me matar. Aceitei essa realidade. Você me odeia... Mas eu ainda lembro que, no passado, você dizia que gostava de estar comigo porque eu era suave e fazia você se perder. Miguel, só quero que você lembre de mim antes de morrer. Não quero que você se esqueça de mim…

Dizendo isso, ela se acomodou no colo de Miguel, sua presença ainda mais íntima e provocante.

Miguel, com o olhar gelado, apontou a arma para a testa de Luiza e, com voz fria, disse:

— Você realmente acha que eu hesitaria em te matar?

— Pode atirar. — Luiza respondeu com uma calma resignada, suas mãos ainda envolvendo o pescoço de Miguel. Seu corpo macio e quente pressionava contra ele enquanto seus lábios se moviam para beijar seu queixo.

Miguel, com uma expressão de crueldade crescente, começou a desengatilhar a arma, seu olhar fixo na expressão desafiadora de Luiza.

Ela continuava a beijar sua garganta, com um semblante resoluto.

Se essa fosse sua última oportunidade, ela preferia lutar até o fim. Com a decisão tomada, ela se entregava a um último ato de rebeldia, consciente de que não havia mais nada a perder.