Sequestrada Por Um Demônio romance Capítulo 59

Sarah

Eu tô brava, com vontade de chorar e matar o Lion, a gente não se entende, não fomos feitos um para o outro, como ele não consegue entender isso?

É errado eu querer que ele faça algo contra a vontade, mas também é errado ele querer que eu passe o resto da minha vida só com ele.

Brigas e mais brigas, isso resume nosso dia quando vamos conversar.

Eu só cansei de tudo isso, melhor esquecer por enquanto, eu quero esquecer o vazio que ainda sinto, parar de sentir.

(...)

Meu solzinho está ajudando na recuperação da Kali, eu não gosto nem um pouco disso, mas se ele quer quem sou eu para impedir.

Kali continua sem enxergar e Lion expulsou o homem que a salvou, tentei perguntar por que de ele ter feito isso, mas ele não me respondeu.

Acho que é melhor pararmos de conversar, não quero mais discutir os motivos, eu tô cansada de tudo isso.

Meu filho nem liga para mim, só fica levando a Kali para lá e para cá, eu acho que do com ciúmes da atenção que ele da para Kali, ela não merece nada disso, não merece ele.

Pego um remédio para dormir e tomo, logo sinto o cansaço bater, dormir é a única coisa que amo e não tem lados ruins.

Fecho meus olhos e abraço o travesseiro, prefiro dormir antes do Lion chegar.

(...)

Gosto de ficar isolada nesse quarto, não tem mais nada lá fora para mim, acho que Lion vai ficar bem desde que eu não recuse transar.

Me levanto da cama e faço minha higiene diária, saio do quarto para pegar uma bolsa de sangue e me alimento logo. Lion vai comer o café da manhã agora então preciso pegar outro corredor para chegar ao meu quarto.

Estamos bem e sem brigas, claro que quase não nos vemos, mas acho que conta.

Caminho pelo outro corredor mas Lion está passando por ele também.

Dantalion —para de me evitar— diz vindo na minha direção.

—eu não estou de evitando.— falo não olhando para seu rosto, é fácil já que é super alto.

Dantalion —você mente mal, ratinha. Se quer conversar...

—estamos bem, está tudo bem, só quero voltar para cama— falo e ele continua me olhando.

Dantalion —vampiros não precisam dormir então pare com isso!— parece um pouco bravo.

—parar para que? Ficar presa nesse castelo o dia inteiro e só sair com sua permissão ou com guardas ao lado? Eu quero ficar sozinha, somente eu e meus pensamentos, estamos bem...

Dantalion —não estamos, mas você ignora isso...

—é, não estamos e é por minha causa pela forma que todos nesse maldito castelo me olham. Não taca lenha na fogueira Lion.— falo tentando passar por ele.

Dantalion —não tem mesmo jeito da gente se resolver?— continuo sem olhar para seu rosto.

—nós transamos, o que mais você quer de mim?!— pergunto ficando com raiva.

Dantalion —eu quero poder ficar ao seu lado, te ajudar.....

—se quer realmente me ajudar para te me infernizar!!!

Passo por ele brava e vou para o quarto, tomo meu remédio e os soníferos.

Quero dormir logo, talvez até consiga sonhar.

(...)

Abro meus olhos com Lion me abraçando, afasto um pouco ele pois o inferno está muito quente, 35 graus e vai fazer 40 hoje. Acho que precisa de outro ar-condicionado nesse quarto.

—eu sou espaçosa e da muito calor, vai para o seu quarto.— falo empurrando ele da cama que acaba caindo no chão.

Dantalion —ai meus chifres!— diz pois bateu eles no móvel ao lado da cama.

—bom para aprender a parar de dormir abraçado comigo no calor, agora sai.— falo me virando, abro a gaveta para pegar mais um remédio para dormir, mas não acho.

Dantalion —chega Sarah! Não vai mais tomar remédio para dormir.

(...)

Kali

Não estou conseguindo enxergar, tudo está preto, mas ainda assim minha vontade de sair dessa cama é grande.

Se eu não recuperar minha visão vou perder tudo, meu reino, meu incrível poder. Não gosto de depender dos outros, sempre odiei ter que obedecer alguém falando o que não posso fazer. Obviamente casar não está nos meus planos e nunca esteve.

Estou me sentindo insegura, e se minha visão nunca mais voltar?

Consigo sentir a presença de alguém no quarto, me pergunto quem é, provavelmente não é Ivan, Lion ia expulsar ele do castelo novamente.

— Sariel?— pergunto e percebo que a respiração da pessoa acelerou, acho que acertei.

Sariel —sim, sou eu. Se precisar de ajuda...

Eu não entendo, como ele pode continuar insistindo depois de tudo.

Eu vivia perturbando ele com piadas sobre a orelha, entre outras coisas. Pensei que ver o Ivan já teria feito ele perceber que não pode mais insistir no impossível.

—se quiser rir e dizer que é karma...

Sariel —eu queria muito fazer isso, mas não consigo, está suando muito, deixa eu te ajudar.— a voz dele é pacífica, nunca gostei muito de homens assim.

—não preciso de ajuda, consigo me virar.

(...)

Acho que já cai umas 20 vezes, bati em móveis umas 200 vezes e me perdi 50 vezes.

Tô cansada, nem no banheiro consigo, quero muito tomar um banho gelado, me pergunto cadê os empregados.

Sariel — precisa de ajuda?

—já que insiste tanto me leva até a piscina.— falo cansada de andar.

Sariel —peça por favor.— mas que filho da puta, foi ele que se ofereceu.

—Sariel, por favor.— falo e sinto alguém pegar na minha mão.

Não gosto disso, mas tenho que aceitar até melhorar, espero melhorar logo pois não vejo minha vida como uma cega desajeitada, a hierarquia de poder aqui é bem clara, os fracos morrem, se eu não conseguir voltar a lutar tudo que vai me restar vai ser me casar para gerar linguagem e prefiro morrer a ser usado de incubadora, também posso casar com algum homem que me aceite, mas não quero também, acho que prefiro morrer mesmo.

Acho muito estranho o Lion não ter mandado um empregado me ajudar, a única pessoa que encontro é o Sariel, não sou burra, foi planejado o fato de só ele poder me ajudar.

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