Sequestrada Por Um Demônio romance Capítulo 86

Sarah

Eu não tô aguentando mais isso, viver meus medos, tristezas e inseguranças estão me destruindo, não consigo mais me acalmar e ficar tranquila.

—se está tão machucado assim por causa de mim me mata logo mas acaba com isso de uma vez.— falo no chão exausta.

Dantalion —não darei o que deseja.— diz ríspido, seu olhar bravo só mostra o quanto minhas ações o afetaram.

Só volto a mais uma lembrança, estou no necrotério do castelo, não tive coragem de olhar o caixão pequenino dos nossos gêmeos, eles foram enterrados juntos, mas não consegui me despedir direito, só chorar como uma idiota, só me culpei por não ter conseguido me proteger o suficiente para meus bebês ficarem bem.

Só respiro profundamente, isso não é real, só caminho até o caixão e o abro,  sinto dor em meu peito, mas ainda assim olho fixamente para minha feijãozinha sem vida, seus cabelos pretos e pele pálida parecem tão reais, meu outro filho esta completamente preto, não tem rosto, talvez porquê eu nunca o vi, não quis olhar para ele pois todos falaram que o estado dele não estava bom, só sei que era loiro igual a mim.

Consigo abrir meus olhos e voltar a realidade, estou chorando, pensei que tinha superado e esquecido, mas provavelmente isso não é possível.

—eu me culpei tanto pela morte deles, mas a culpa foi sua, estava com a sua amante e isso  quase causou a sua morte, se não fosse por mim naquele dia teria morrido, mas perdi nossos filhos por tentar salvar você.— falo com um sorriso doloroso.

Eu tô cansada disso, tô fraca demais para me levantar, estou exausta demais para lutar.

Dantalion —só diga o que quero ouvir.— diz sério.

—eu...—não tô conseguindo me manter acordada, minha visão não para de escurecer.

(...)

***** —você está bem?— demoro a abrir meus olhos por causa da fraqueza.

—quem...?— pergunto com minha visão embasada.

*****—não reconhece a voz do seu filho?— quando ele diz isso que eu consigo reparar no brilho dos olhos verdes dele.

—por que está aqui? Acho que não mereço sua presença e pena.— falo envergonhada por tudo que fiz.

Sariel —não merece mesmo, mas é minha mãe, errou para caramba, já quis me substituir por um filho de sangue, mas eu entendo que você tem um psicológico fodido.— queria saber desde quando ele xinga.

—....desculpa por ter sido tão desgraçada, mas eu te considero meu filho, adotei você por motivos errados, mas te amei de verdade Solzinho. Quando te peguei no colo pela primeira vez me senti viva de novo, quando acordei depois de dez anos e vi você quase adulto foi como perder algo muito importante, perdi sua infância...

Sariel —só beba meu sangue e se recupere um pouco, meu pai está passando dos limites com você, está tão fraquinha.— faço cara feia quando ele fala isso.

—eu sou forte, além disso, provavelmente a maioria me quer morta mesmo.— falo exausta, não quero passar pelos torturas psicológicas do Lion de novo.

Sariel —vocês nunca se amaram mesmo?— pergunta me olhando.

—não sei, minha primeira gravidez aconteceu quando eu bebi para não lembrar da noite com o Lion, nos aproximamos de forma estranha depois da morte dos nossos filhos que inclusive ele não queria. Acho que o que sentíamos era causado pela destinação mesmo.

Sariel —bebe meu sangue antes que ele volte.— diz colocando o pulso na minha boca, mordo e bebo uma boa quantidade.

—obrigada...

Sariel —não te perdoei, só estou fazendo isso por ser o culpado por ter falado que estava viva para o Lion, além disso, é minha mãe de criação.— diz se levantando para sair.

—o Lion não vai parar não é?— pergunto recuperando aos poucos minha energia.

Sariel —ele está cego pela raiva no momento, mas vai sair logo do castelo para resolver alguns problemas, quando sair tirarei você daí.— diz antes de sair pela porta de ferro.

(...)

Começo a sentir enjôo, não entendo, não bebi sangue estragado.

Novamente sinto uma pontada na barriga, parece cólica.

Será quê..... não é possível...

Será que do grávida do Aron?

Respiro fundo tentando não entrar em pânico, pois se eu estiver o Lion me mata ou me faz perder a criança.

Não tem como esconder, ele lê mentes...

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