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Sim! Me Casei Com Irmão Do Ex romance Capítulo 147

Henrique já tinha imaginado possíveis respostas de Luana.

Mas nunca pensou que ela diria aquilo.

Seus dedos pararam por um instante, e a expressão em seu rosto escureceu.

Talvez porque a antiga Luana fosse boa demais com ele. Mesmo quando o irritava, pedia desculpas na mesma hora, e Henrique nunca chegou a sentir o que era ficar verdadeiramente furioso.

Agora ele sabia.

Por dentro, um furacão já tinha tomado conta do seu peito. Uma raiva intensa, quente, que parecia capaz de o consumir inteiro.

Mas por fora... ele parecia calmo.

Era como se uma pedra tivesse sido atirada no fundo de um lago. Na superfície, só um leve ondular antes de tudo voltar ao normal. Mas lá no fundo, os peixes foram pegos de surpresa, se debatiam sem rumo, gerando um redemoinho cada vez mais caótico.

Por fora, tudo quieto.

Essa era a verdadeira fúria de Henrique.

— Luana, você fala comigo assim... não tem medo de morrer, não?

Ele a encarou com tamanha serenidade que os olhos sombrios pareciam impossíveis de encarar diretamente. Algo no olhar dele causava um medo instintivo.

Mas... e daí?

Ter medo, recuar, isso só servia pra dar ainda mais força pra ele.

Luana zombou:

— Se você tivesse coragem de me matar, já teria feito isso.

Henrique não respondeu.

E Luana sabia que ele não tinha o que responder. Num país com leis, matar dá cadeia.

E no fim, entre os dois, só existiam mágoas de casal. Nada de assassinato, nem vingança sangrenta.

Aquela ameaça não passava de pose. Não tinha por que ter medo.

Além do mais, eles já estavam divorciados, a relação não podia piorar mais do que isso. Então por que ela ainda teria que engolir tudo calada?

Luana disse, com frieza:

— Manda seu motorista parar, Henrique. Entre a gente, não há mais nada a ser dito.

Henrique não se mexeu.

Como sempre, ignorou Luana por completo, mas, dessa vez, ela já não sentia mais nada com isso.

Quando Henrique ficava doente ou bêbado, nesses momentos de fragilidade em que ninguém tem força pra manter pose, ele deixava de lado aquele jeito frio, ficava mais acessível.

E eram nesses momentos que Luana cuidava dele. Sentava-se à beira da cama e, em silêncio, segurava sua mão.

Às vezes, ele também a segurava de volta. Palma com palma, sem pressa, sem ruído.

Henrique vivia cercado de compromissos, sempre bebendo em eventos. Não foram poucas as vezes em que Luana viveu esse tipo de cena.

E por isso... ela achava que, lá no fundo, ele devia ter sentido algo. Que ao menos aquilo tivesse ficado na memória dele.

Mas agora, ele dizia:

“Então é assim que se sente.”

As mãos entrelaçadas, firmes, mas com uma pulseira de casal no pulso, a que combinava com Bianca.

Naquele instante, Luana sentiu um frio que percorreu da cabeça até os pés. Um gelo que chegou sem aviso, e doeu direto no peito, como se uma lâmina estivesse cravando no coração, de novo e de novo.

O que doía... Não era o fato de Henrique não a ter amado.

Era ele ter destruído, sem piedade, a única lembrança boa que ela ainda guardava no fundo do coração.

Três anos de casamento, e ela achava que, pelo menos, restava um instante de ternura.

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