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Sim! Me Casei Com Irmão Do Ex romance Capítulo 148

Mas agora, não sobrava nada.

Luana ficou levemente paralisada, e no vazio que se fez em sua mente, só conseguiu pensar em quatro palavras:

Três anos jogados fora.

Pá!

De repente, ela deu um tapa no rosto de Henrique.

Não foi forte, mas pegou em cheio.

Ele ainda estava em choque com o primeiro quando o segundo já veio.

Pá!

Mais um. De novo, ela acertou.

E quando o terceiro tapa veio, Henrique segurou seu pulso.

Mas Luana parecia ter enlouquecido. O corpo inteiro estava rígido, os dentes cerrados com tanta força que chegava a doer.

Se antes achava que resistir era inútil, agora ela usava toda a força que tinha, socos, tapas, cada golpe que podia, ela lançava contra ele.

Nem os chutes bastavam. Ela foi além. Partiu até pra mordida.

Henrique não fazia ideia do que tinha feito pra acionar aquilo. Não entendia.

Mas, de forma quase inédita, ele sentiu algo que poderia se chamar de empatia.

Luana não soltava um som, mas seu corpo inteiro gritava em silêncio, como se estivesse sendo esmagada pela maior dor do mundo, como se carregasse um peso que já não conseguia mais suportar.

Os olhos frios que ele tão bem conhecia estavam vermelhos, com lágrimas que quase caíam, mas insistiam em ficar.

Henrique sempre foi cruel com ela. Mas agora, sentiu como se alguém tivesse cravado uma agulha direto no coração. Doeu na hora.

E, num impulso, ele teve vontade de perguntar:

Luana, o que é que está doendo tanto assim?

Quando achou que ia conseguir dizer isso em voz alta, Luana, sem qualquer aviso, parou de bater.

De repente, puxou o freio de mão do carro. O veículo perdeu o controle e balançou violentamente.

Ela se esticou até o volante e o girou com tudo. Os pneus chiaram contra o asfalto, o som estridente cortando o ar.

Depois de alguns giros bruscos, o carro parou de vez, encostado na calçada.

Sem aviso, Henrique e o motorista bateram com força contra a lataria.

A cabeça dele sofreu o impacto, e a vista escureceu. Pontos pretos começaram a piscar diante dos olhos.

Luana já estava preparada.

Então, enquanto Henrique ainda balançava a cabeça tentando recobrar os sentidos, ela já havia saído do carro e estava parada na calçada, encarando o homem desorientado dentro do veículo.

Depois de assinar o divórcio, Luana foi, aos poucos, tirando o filtro com que via Henrique e passou a enxergar a realidade como ela era.

A verdade era que, quando ele a tirou do mar naquela noite, não passava de um instinto básico de salvar alguém, e só.

Mas ela, cega pela ilusão, o viu como salvação. Como a luz que iluminaria seu mundo, a mão que a puxaria do luto pela mãe e a ajudaria a recomeçar.

Agora ela entendia, nesses três anos, nunca saiu do fundo do poço. Porque a tal luz… nunca apareceu. E sem luz, não existe redenção.

Bianca estava certa.

Ela estava no fundo.

Mas também... não estava.

O que mudava era que agora ela estava subindo. Passo a passo, trilhando uma estrada em subida.

Porque quem já tá lá embaixo, não importa pra onde vá, sempre vai ser ladeira acima.

E quando já se chegou no pior, tudo vira chance de mudança.

De repente, o som do celular quebrou o silêncio.

Luana olhou a tela. O nome de Henrique apareceu como uma surpresa.

Ela recusou.

Mas o telefone tocou de novo.

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