Sim! Me Casei Com Irmão Do Ex romance Capítulo 179

Os músculos do rosto de Celso se contorciam de ódio. Para ele, depois do que Dante fez para proteger Luana, não restava dúvida, a bomba que caiu na mídia de Cidade G era coisa dele.

Celso tinha vindo disposto a descontar em Luana, arrancar um dedo dela, talvez até mandá-la sofrer um pouco mais. Mas, se Luana realmente fosse a futura esposa de Dante, ele sabia que não teria como tocá-la.

Ou seja, essa raiva toda ele ia ter que engolir.

Depois de tantos anos mandando e desmandando, Celso não se conformava em ter sido derrubado por uma mulher. A vontade era de cuspir sangue de tanta raiva.

Dante olhou para Samuel com frieza, jogou a arma para ele:

— Agora é com você.

Samuel pegou a arma, o rosto nada satisfeito. Dante era seu convidado de honra, e garantir a segurança dele e dos seus era sua obrigação. Ver uma situação dessas acontecer no seu próprio iate era o pior dos cenários.

O clima ficou pesado, Dante continuava com aquela expressão fechada, e era óbvio que aquilo ainda não tinha acabado. Dois tiros não eram nada, Celso não ia se safar tão fácil. Só resolvendo de verdade pra Dante se sentir respeitado.

Cidade G era território de Samuel, só ele podia dar as cartas ali.

Samuel só tinha chance de virar o próximo chefe da família Guimarães porque tinha Dante ao seu lado. Sem esse apoio, nunca conseguiria bater de frente com a irmã mais velha, que era dura e implacável. Então, quando o assunto era resolver a situação com o Celso, Samuel nem precisava pensar, era obrigação dele agir.

— Seu palito de dente, você acabou com a minha noite. Aguarde pra ver.

Mandou os seguranças prenderem Celso e todo o grupo dele, e colocar todo mundo no barco de volta pra terra firme.

Ainda deixou o recado, a festa continuaria, mas ninguém ali estava autorizado a comentar nada do que aconteceu naquela noite.

Ninguém ali ousava contrariar Samuel, então todo mundo obedeceu sem questionar.

Mas ninguém ainda tinha se recuperado dos dois tiros disparados por Dante, aquilo não foi só intimidador, foi de tirar o fôlego.

Luana, depois do susto com o barulho dos tiros, ficou olhando fixamente para as costas de Dante, com o maxilar tenso.

Na maioria das vezes, diante de faca ou arma, o instinto das pessoas é o medo. Quando alguém consegue, naquela hora, se manter calmo, controlar tudo e não se abalar, é impossível não sentir uma certa admiração. Quem está apavorado acaba tendo uma reação quase automática, se apoiar, até se submeter, a quem demonstra a força que ele mesmo não tem. É o tal do fascínio pelo poder, é humano.

Por um instante, Luana também ficou impressionada.

Mas logo se recuperou daquele choque.

Ela começou a juntar as peças, Dante com certeza tinha visto ela conversando com Celso no evento. Depois veio o escândalo na mídia, provavelmente ele sacou que tinha sido ela. E aí trouxe ela justamente para o iate do Samuel.

Quando Celso apareceu louco de raiva, Dante já devia esperar algo assim, mas, estando em Cidade G, ele preferiu se apoiar na influência do Samuel.

O que era pra ser só uma vingança simples acabou virando uma disputa de poder, porque ao envolver Samuel, Celso comprou briga com gente maior. Agora, Celso mexeu com Samuel e sair ileso dali não era mais opção.

O rosto de Dante estava impassível, tudo que tinha acontecido parecia não ter mexido em nada com ele, como se fosse só mais um jantar.

Luana, sem conseguir evitar, voltou a pensar na cena dele segurando a arma. Ele era mais afiado que qualquer metal, uma força fria e letal.

— Prefiro ficar de pé.

— Já entendeu tudo? — O olhar de Dante era pesado, como se tivesse volume, difícil de encarar.

— Entendi sim.

Ele fixou os olhos nela, reparando no rosto ainda pálido, apesar de tentar se mostrar firme.

— Que bom.

Ele realmente não parecia interessado em cobrar nada. Isso deixou Luana ainda mais confusa.

— Sr. Dante, sobre o que aconteceu hoje à noite...

— Você estava comigo a trabalho, sofreu assédio, a responsabilidade era minha. — Dante falou. — Gosto que você saiba se defender, mas o Celso não tem nenhum limite. Do jeito que você agiu foi até leve demais.