Sim! Me Casei Com Irmão Do Ex romance Capítulo 686

— Henrique… você…

— Se disser mais uma palavra, some daqui. — O olhar dele parecia ter relâmpagos escondidos.

Lucas ficou tenso, mas não insistiu.

Apenas soltou um riso frio:

— Cuidado pra não acabar de um jeito sem volta.

O iate avançava em direção à praia particular.

— Minha vida já não tem volta faz tempo. — Disse Henrique, olhando o mar escuro e revolto. — Desde o momento em que nasci.

Ele sempre perdeu. Sempre estragou tudo.

Porque ninguém seria burro o bastante pra afastar a pessoa que ama, certo?

Mas ele, Henrique Ribeiro, era.

Ele não conseguia se controlar, machucava as pessoas.

Isso era realmente desesperador.

Amar desse jeito era coisa de animal.

Não ser amado era consequência.

Lucas não queria ver o Henrique daquele jeito, e por isso, seu rosto ficou ainda mais fechado.

Na praia, Luana e Dante estavam de costas para o mar.

A brisa noturna era forte, e como não havia luz, ninguém se importava em olhar naquela direção, quando Henrique, Lucas e Amanda finalmente chegaram à praia, foi Samuel o primeiro a notá-los.

Samuel ficou surpreso, desviou o olhar e lançou um olhar desconfiado para Dante:

— Você chamou seu irmão pro aniversário? Achei que vocês se odiavam.

Do lado dele, Igor e os outros também viram.

Dante ergueu o olhar, primeiro para Samuel, depois para o ponto onde ele fixava os olhos.

Henrique vinha caminhando pela areia, olhando apenas para Luana.

O gelo que antes derretia nos olhos de Dante voltou a se congelar. No rosto, uma sombra fria e ameaçadora.

Ele olhou instintivamente para Luana.

Quando ouviu as palavras “seu irmão”, o clima leve da noite se rompeu.

Luana se virou de imediato, o coração apertado.

Fazia tempo que não via Henrique.

Mesmo a uns cinquenta metros, conseguiu reconhecê-lo.

Não esperava ver Henrique tão acabado, os olhos vermelhos, como se tivessem areia dentro, a camisa toda amassada e, no rosto, nem um traço de cor.

Henrique sempre cuidou da própria imagem, ainda mais diante de quem o irritava. Se tivesse vindo criar confusão, jamais apareceria assim.

Algo estava errado.

Mas não havia tempo para pensar.

Quando Luana o olhou, ele também a olhou. Os olhares se cruzaram.

Ela parou, o ar preso no peito, sem subir nem descer.

Os olhos dele... não era areia.