Sinto muito, Sr. Teófilo, a senhora faleceu romance Capítulo 179

Teófilo lidou com a família Freitas e, em sua mente, esperava encontrar Patrícia na sala.

Como tantas vezes antes, não importa o quão tarde ele voltasse, ele costumava ver uma pequena figura adormecida no sofá da sala.

Ela sempre mantinha uma lâmpada acesa, mas quando ele abriu a porta, o cômodo estava escuro, e Patrícia não estava no sofá.

Ele tomou algumas bebidas e sentiu-se um pouco tonto.

No passado, a essa hora, Patrícia já estaria pronta para recebê-lo, reclamando e preparando um chá para aliviar a ressaca.

Apesar das reclamações, era algo que ele apreciava.

Mas agora, mesmo com o aquecimento ligado no quarto, ele sentia um frio interior.

Quando ele abriu a porta, à luz fraca do lado de fora, pôde ver uma protuberância na cama.

Ela já estava dormindo.

Patrícia não tinha dormido por muito tempo, quando foi abraçada por um corpo quente.

O cheiro de álcool no ar a acordou:

- Você está bêbado?

Ao ouvir a voz sonolenta dela, Teófilo resmungou:

- Patrícia, você mudou.

Patrícia achou a declaração engraçada:

- Você está brincando, certo? Não foi você quem mudou primeiro?

Teófilo a abraçou firmemente, e assim, ele parecia menos ríspido, parecia como um cachorro grande.

Sua voz rouca ecoou no ouvido dela:

- Eu não mudei, nunca.

Patrícia achou que eram apenas palavras bêbadas, afinal, o filho de Teófilo com Mariana já tinha um ano.

Ele não tinha o direito de dizer que não mudou, não é?

Mas ela sabia como Teófilo era, e só podia acompanhá-lo, caso contrário, não teria paz.

Ela não se atreveu a se mexer, apenas se encolheu silenciosamente nos braços de Teófilo, com medo de irritá-lo. Fazer isso, de fato, acalmou Teófilo.

Patrícia abriu o cofre e retirou a pasta que ela mal havia olhado naquele dia.

Devia haver algo que ela negligenciou, algo que ligava Rafaela, João e Joana.

Desta vez, ela não se apressou para examinar os arquivos de outras pessoas, em vez disso, concentrou-se na pasta de Rafaela.

Para Teófilo, a morte de Rafaela era um tabu.

No passado, Patrícia nunca ousou mencioná-la, então naquela noite, ela nem olhou de perto os pertences de Rafaela.

Além de alguns brinquedos de sua infância, havia apenas a pasta de couro.

Patrícia se perguntou se, depois de sua morte, sua vida também seria reduzida a um punhado de documentos, a serem esquecidos completamente uma década depois.

Os pais adotivos de Rafaela morreram há muitos anos, depois deles, será que ela ainda tinha amigos? Ninguém pode passar por este mundo sem deixar vestígios.

Usando o celular, Patrícia tirou fotos dos documentos, acreditando que a verdade estava escondida lá.

Enquanto ela estava nervosamente tirando fotos, ouviu uma voz gelada vindo da porta:

- Já viu o suficiente?