Sinto muito, Sr. Teófilo, a senhora faleceu romance Capítulo 313

Teófilo se aproximou da porta e imediatamente olhou para Juliana.

- Sra. Freitas, o que você acabou de dizer?

Juliana segurou o pequeno relógio e lágrimas escorreram por seu rosto.

- Este é o relógio que dei a Paty na noite antes de seu noivado. Quando ela era criança, prometi a ela que, se ficasse em primeiro lugar em seus estudos, lhe daria o relógio mais moderno da época. Mas naquele ano, eu parti e este relógio foi minha maneira de compensá-la por não estar lá.

Juliana segurou o relógio contra o peito.

- Deve ter sido a Paty que veio aqui. Ela não quer o relógio, nem quer uma mãe como eu. É minha culpa, tudo é minha culpa.

Teófilo já tinha saído correndo.

O hospital estava cheio de pessoas indo e vindo, mas onde estava a pessoa que ele mais queria ver?

- Paty!

Teófilo gritou o nome de Patrícia em voz alta, mas ninguém respondeu.

Gabriel se aproximou dele.

- Sr. Teófilo, a gente verificou. A faxineira do hospital disse que alguém lhe pagou para deixar o relógio aqui. A senhora não veio.

O coração de Teófilo afundou. Patrícia não foi visitar Juliana, mesmo estando gravemente doente. Parecia que ela já havia cortado os laços familiares em seu coração.

Se ela podia se afastar de sua própria mãe biológica, o que seria dele?

Teófilo sentiu que estava prestes a desmaiar, seu corpo estava vacilante.

Gabriel segurou seu braço.

- Sr. Teófilo, você está bem?

Teófilo suportou a dor dizendo:

- Gabriel, Paty não me quer mais.

O céu começou a derramar uma fina chuva, Teófilo empurrou Gabriel e começou a caminhar sem rumo.

O vento frio misturado com a chuva batia com força em seu rosto. Depois de alguns passos, Teófilo olhou para trás de repente.

- Eu entendi!

- O quê?

- Seja de avião ou de trem, sempre que Paty compra uma passagem, eu fico sabendo imediatamente. Também coloquei postos de controle em todas as rodovias para inspecionar. Ela não arriscaria viajar de carro.

Gabriel olhou para Teófilo.

- Sr. Teófilo, você quer dizer...

- Ela deve ter partido pelo mar!

Seu olhar estava brilhante de repente, ele disse:

- É fácil para um navio de carga internacional esconder uma pessoa.

Daniel sabia o que estava em sua mente. Afinal, ela havia vivido naquela terra por tantos anos e não sabia quando voltaria. Além disso, ela ainda não havia descoberto a identidade daquela pessoa e isso a preocupava.

- Está bem.

Daniel saiu carregando alguns brinquedos de Branquinha, enquanto Patrícia ficou parada na esquina olhando na direção da sua casa, onde se destacava a alta árvore de ameixeira.

- Você quer se despedir de lá?

- Não é necessário, não quero causar mais complicações.

Se visitasse a antiga mansão da família Bastos, Teófilo certamente ficaria sabendo da partida deles.

Patrícia desviou o olhar e murmurou um adeus silencioso antes de entrar no carro.

O veículo deslizou pela rua, Patrícia observou a paisagem que conhecia ao longo dos anos com uma sensação agridoce.

Vendo-a com uma expressão melancólica, Daniel a confortou em tom suave:

- Paty, espere um momento, vou comprar alguns petiscos naquela loja de sobremesas.

- Você ainda se lembra das minhas preferências.

- O que você gosta, nunca esqueci.

Daniel saiu do carro às pressas e, enquanto caminhava pela rua, esbarrou em alguém, fazendo suas chaves caírem.

Um pequeno chaveiro vermelho estava preso nas chaves, que rolou pelo chão de pedra até que parou perto de um par de sapatos reluzentes.