Sinto muito, Sr. Teófilo, a senhora faleceu romance Capítulo 329

Patrícia notou a ausência de Lucas e Gabriel.

Na ilha, muitos empregados e chefs estavam preparando um grande banquete de frutos do mar para ela.

Ela não disse nada e concentrou-se na sopa.

O estranho silêncio deixou Teófilo extremamente desconfortável. Ele tomou a iniciativa de começar uma conversa:

- Paty, lembro que você costumava falar muito.

Patrícia hesitou.

Sim, antes, ela falava muito.

Naquela época, ele estava sempre muito ocupado, viajando a trabalho ou trabalhando, deixando pouco tempo para ela.

Patrícia valorizava cada segundo que passava com ele, então, nos momentos de refeição em silêncio, ela costumava ser mais ativa, falando sem parar com entusiasmo.

Várias vezes engasgou e tossiu, mas após beber um pouco d'água, continuava, com um sorriso animado no rosto.

Ao contrário de agora, já que ela não sorria e parecia indiferente.

Patrícia colocou os talheres na mesa, limpou os lábios com o guardanapo e perguntou:

- Então, o que você espera que eu diga? Devo perguntar sobre o seu trabalho ou algo do tipo?

Teófilo ficou mudo. Desde quando eles perderam a capacidade de ter uma conversa normal?

Ele também perdeu o apetite e colocou o garfo na mesa com um ar de desânimo:

- Eu pensei que você ficaria feliz. Temos coco, ondas, praia, sol, amanhã podemos fazer mergulho.

Patrícia riu suavemente:

- Será que daqui em diante vou viver aqui por um longo tempo?

- Você emagreceu bastante. Sem ninguém te perturbando na ilha, cuide bem de si mesma. Quanto ao seu pai, enviei alguém para investigar. Assim que tiver alguma informação, te avisarei.

- Isso não é apenas uma forma de aprisionamento? Apenas que, desta vez, a prisão é um pouco maior.

A questão física era uma parte, mas o mais significativo era o constante dano emocional causado por Juliana, que era evidente desde os telefonemas de Patrícia.

Envolver-se novamente com Juliana só significaria mais dor para Patrícia.

Por preocupação com a saúde e bem-estar de Patrícia, Teófilo não queria que ela se envolvesse novamente nos problemas da Cidade A, queria que ela se curasse na ilha.

Por mais bem-intencionado que fosse, para Patrícia, os esforços de Teófilo se assemelhavam a uma prisão.

Teófilo observou a figura de Patrícia se afastando e percebeu que precisava acelerar o processo, tinha um pressentimento, quanto mais tempo passasse, maior seria a distância entre ele e Patrícia.

Será que alguém que ele mesmo deixou escapar poderia ser recuperado?

Patrícia era uma pessoa completamente diferente comparada a seis meses atrás.

Depois de fumar vários cigarros do lado de fora, Teófilo entrou no quarto e viu Patrícia tomando remédio, segurou a mão dela e perguntou:

- O que você está tomando?