Sinto muito, Sr. Teófilo, a senhora faleceu romance Capítulo 466

O ar parecia congelar entre os dois e a voz de Teófilo estava um pouco rouca:

- Paty, e se eu nunca tivesse te traído?

- Você nunca me traiu? - Patrícia riu friamente. - Então me explique, quem é o pai do Diego? Ele é praticamente idêntico a você, ousa dizer que foi a Mariana quem o esculpiu na argila!

- O que eu queria dizer é que o Diego é.

Teófilo ainda não havia explicado completamente quando o toque exclusivo de Mariana ressoou.

Este era o toque que costumava aterrorizar Patrícia.

Não importava o que ela e Teófilo estivessem fazendo, assim que esse toque começasse, ele correria desesperadamente na direção de Mariana.

Patrícia olhou para o rosto dele, cheia de sarcasmo:

- Por que não atende? Com medo de quê? Eu já não sou sua esposa, eu simplesmente não me importo mais com você.

Teófilo pressionou diretamente o botão para encerrar a chamada, segurou novamente a mão de Patrícia, com uma expressão séria:

- Paty, ouça, isso é muito importante, o motivo de eu ter escondido é...

O telefone tocou novamente, desta vez não era Mariana, mas Inês.

Neste momento, se Inês estava o chamando, era definitivamente relacionado à criança.

Teófilo atendeu:

- O que foi?

A normalmente calma Inês estava claramente aflita:

- Presidente Teófilo, algo aconteceu com o Diego, onde você está?

- O que aconteceu com o Diego?

- A Sra. Amaral disse que queria ver a criança, então eu trouxe o Diego e a Alice. Eu estava trocando a fralda da Alice quando o Diego abriu a porta sorrateiramente e caiu escada abaixo.

Mesmo a uma certa distância, Patrícia ouviu a voz chorosa de Inês.

Assim que soube que algo aconteceu com Diego, sua expressão mudou imediatamente, como se seu próprio filho estivesse ferido.

- Ele está bem?

- O Diego desmaiou imediatamente após a queda e foi levado para a sala de emergência para exames. Desculpe, foi tudo minha culpa.

Teófilo desligou o telefone, com uma expressão de desculpas:

- Paty, desculpe, não poderei acompanhá-la na chuva de meteoros esta noite novamente. O Diego teve um acidente, preciso voltar imediatamente.

- Você pode ir.

Desde o diagnóstico do câncer de estômago, fazia muito tempo que ela não comia algo apimentado.

Ela pensava que sentiria muita falta.

Mas assim que a ponta de sua língua tocou o óleo picante, seu nariz ficou vermelho e lágrimas escorreram.

Veja, como os hábitos de uma pessoa podem mudar tão facilmente.

Por mais de uma década, ela adorava comida apimentada, mas agora, após meio ano sem tocá-la, não conseguia suportar.

Se até mesmo um hábito de mais de uma década pode mudar, quanto mais uma pessoa.

Patrícia largou o garfo, levantou e pegou o frasco de vaga-lumes. Ela caminhou até o vale e abriu a tampa do frasco.

Os vaga-lumes, agora livres da prisão, abriram suas asas e dançaram livremente ao seu redor.

Coisas bonitas não deveriam ser mantidas presas para serem apreciadas, elas deveriam pertencer a esta vasta selva.

Aquilo que ela não podia fazer, deixaria que os vaga-lumes aproveitassem a liberdade por ela.

Patrícia olhou para o céu, deitada para trás, observando os vaga-lumes.

Sem aviso, uma luz brilhou no horizonte, passando com um brilho avassalador.