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Sr. Joaquim, a sua esposa é a mulher daquela noite! romance Capítulo 1791

Manuel pensou por um instante antes de dizer:

— Nessa situação, a única coisa que você pode fazer é processá-lo. Mas Duarte é seu irmão... Como você vai processá-lo? Vai acusá-lo de cárcere privado ou de agressão? Você precisa pensar bem, porque, se levar isso adiante e ele for condenado, seu irmão pode acabar na prisão.

Natacha hesitou. Embora Duarte fosse realmente detestável, ele ainda era seu irmão de sangue. Tudo o que havia vivido desde a infância o tornara no homem que era hoje.

Joaquim percebeu o dilema de Natacha e interveio:

— Deixa isso pra lá... No fim das contas, Duarte ainda é tio das crianças. Não se esqueça de que minha mãe já está presa. E se seu irmão for preso também? O que vai ser da nossa família com dois criminosos? Se isso vazar, como nossos filhos vão encarar essa história no futuro?

No fim, Natacha desistiu da ideia de denunciar e processar Duarte.

Pela família. Pelas crianças.

Depois que Rosana e Manuel partiram, Natacha parecia profundamente abatida, quase afundando em depressão por causa de tudo aquilo.

Joaquim tentou consolá-la:

— Talvez as coisas não sejam tão ruins quanto você imagina. O fato de o Duarte ter ficado tão furioso e ido atrás da Lorena significa que ela é importante para ele. Ele pode estar com raiva, mas não faria nada para realmente machucá-la.

— O que você quer dizer com "realmente machucar"? — Natacha franziu a testa. — Para vocês, homens, só existe agressão física e insultos como forma de violência? Sabe o que Lorena me disse da última vez que a vi?

Mesmo sem que Natacha respondesse, Joaquim já podia imaginar. Conhecendo o temperamento de Duarte e o quanto ele estava acostumado a lidar com mulheres, certamente tinha outros métodos para se vingar.

Naquela noite, por mais furioso que Duarte estivesse, ele não levantou a mão contra Lorena. Isso só significava uma coisa: ele havia encontrado outra maneira de puni-la.

Natacha contou o que Lorena havia sofrido e, olhando para Joaquim, disse:

— Você sabe... Às vezes, a humilhação fere mais do que tapas e gritos. Tenho medo de que Lorena não aguente... E se ela fizer uma besteira...?

Joaquim a interrompeu de imediato:

— Chega! Não fala assim, isso me dá arrepios. Então é isso, precisamos negociar com o seu irmão! No fim das contas, a cirurgia de transplante de coração do Domingos não pode ser adiada. E não se esqueça: você é a maior especialista do país nesse tipo de procedimento. Seu irmão ainda vai precisar vir até você. Que tal aproveitarmos essa oportunidade para, pelo menos, fazer com que ele baixe a guarda? Caso contrário, vamos passar o resto da vida sem ver a Lorena.

Natacha baixou os olhos em silêncio e disse:

— Mesmo que eu realmente corte laços com o meu irmão, eu jamais deixaria de cuidar do Domingos. Seja ele meu sobrinho ou apenas mais um paciente, eu o salvaria do mesmo jeito.

— Eu sei disso, é claro. — Respondeu Joaquim. — Mas o seu irmão também sabe o que fez, e é óbvio que está preocupado, com medo de que você se recuse a operar o Domingos. Por isso, você precisa manter a calma. Se ele vier até você, aproveite para se reconciliar com ele primeiro.

Natacha não esperava que Joaquim, apesar dos próprios ferimentos, só pensasse nela e na família. Seus olhos ficaram vermelhos, marejados pela emoção. Com a voz embargada, murmurou:

— Joaquim... Me desculpa! Tudo isso aconteceu por minha culpa!

Joaquim sorriu com resignação e apertou suavemente a mão dela.

— Boba... O que você tá falando? Nós dois temos uma dívida com o Dr. Gabriel. Qualquer coisa que façamos pela Lorena, é o mínimo. O Dr. Gabriel deu a vida por você... comparado a isso, o que são meus ferimentos?

Natacha fungou e, tentando conter as lágrimas, declarou:

— Assim que resolvermos essa situação e conseguirmos tirar a Lorena de lá, eu nunca mais quero ver o meu irmão. Nós somos de mundos completamente diferentes.

— Me ajudando a descontar minha raiva? Você tem coragem de dizer isso?! — Natacha ficou tão irritada que seu rosto ficou vermelho. Encarou Duarte e rebateu com veemência. — E a Lorena? O irmão dela foi morto pela mãe do seu filho! Quando alguém a machuca, quem é que vem fazer justiça por ela?

Duarte ficou em silêncio. Finalmente, ele não teve resposta para dar.

Vendo que ele hesitava, Natacha aproveitou a oportunidade e implorou:

— Duarte... Por favor, eu te peço, solta a Lorena. O irmão dela foi morto pela Rafaela... E, naquela época, quem deveria ter morrido era eu! Foi o Dr. Gabriel quem me protegeu no último instante!

O coração de Duarte vacilou por um momento, mas ele ainda não cedeu.

— E você acha que a única forma de retribuir o que o Dr. Gabriel fez... E deixando a Lorena ir? — Ele suspirou, exausto. — No começo, quando ela estava comigo, ela era feliz! Eu sempre a tratei com carinho. Ao invés de ajudá-la a fugir de mim, por que você não tenta convencê-la a parar de me odiar? Eu quero cuidar dela, eu quero fazer as coisas certas.

Natacha o encarou friamente e disse com indiferença:

— Nenhuma mulher quer esse tipo de "carinho", Duarte. Você não entende nada sobre mulheres.

Duarte soltou um riso amargo, apertando os punhos.

— Então me diz o que eu devo fazer! — Ele rugiu, a voz carregada de frustração. — Não importa o que eu faça, para ela, eu sempre vou ser um mentiroso! Eu quero mudar, quero consertar as coisas, mas há coisas que já aconteceram e não podem ser desfeitas! Eu tentei compensá-la, mas desde que soube a verdade, Lorena se recusa a me perdoar!

Natacha pensou em Domingos. Se era preciso jogar sujo, que fosse.

Com um olhar impiedoso, declarou:

— Vamos fazer um acordo, Duarte. Se você soltar a Lorena, eu continuo tratando o Domingos. Mas se não soltá-la... Então que outro médico cuide dele. Só que vou te avisar antes: ninguém conhece o esquema de medicação dele melhor do que eu.

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