Alberto Village
Após ouvir uma confissão completa sair da boca de Ângela naquele escritório e de assistir aquela cena patética dela tentando seduzir o Alex, eu não me controlei e invadi o escritório. Porra, se eu pudesse matava aquela filha da puta, traidora!
__ Alberto?__ Ela disse, surpreendida com a minha presença.
__ Pode me explicar o que está acontecendo aqui?__ Resolvo lhe dá o benefício da dúvida. A infeliz anda com passos largos em minha direção, olha nos meus olhos em um pedido suplicante e lágrimas se formaram nos olhos verdes-esmeraldas.
__ O Alex, ele estava tentando me seduzir e queria me convencer a desistir de casar-me com você...
__ O quê, sua filha da puta! __ Meu irmão bradou, vem para cima da garota. Sua ira era algo cortante, palpável, porém, Amanda o interceptou no caminho. Volto o meu olhar para minha noiva.
__ Pode me deixar a sós com o meu irmão? __ peço-lhe. Ela olha para o Alex, depois para Amanda e volta o seu olhar para mim, e enfim assente, secando as lágrimas chorando. Observo-a sair do escritório, eu faço o mesmo pedido para Amanda.
__ Alberto, não acredito que você vai aceitar o que essa vagabunda disse! __ ralha exasperada.
__ Amanda, por favor!__ Alex pede calmamente, ela bufa, me lança um olhar suplicante e relutante, sai em seguida. Vou até a porta e tenho o cuidade de passar a chave, depois, volto o meu olhar para Alex, que está se servindo de outra dose de uísque. Ele toma um gole generoso e me encara receoso.
__ Bel, eu posso explicar... é que...
__ Eu ouvi tudo, Alex. __ Ele para estático.
__ Ouviu?
__ Porque não me contou do seu envolvimento com ela a meses atrás?
__ Eu não sei... a princípio eu quis te contar, mas, dei um tempo para que ela mesma fizesse isso.
__ Só que ela não fez, e você omitiu tudo, deixou que eu me iludisse, que acreditasse em um amor que não existia! Porra, porque deixou que chegasse a este ponto? __ cobro ríspido.
__ Desculpe, Bel! Droga, o tempo foi passando, e...
__ Você ia deixar eu me casar com aquela mulher, sabendo quem ela era de verdade?
_ Não! __ responde exasperado. __ Foi por isso que armei tudo isso, para que você ouvisse quem ela realmente era. Alberto se eu tivesse te contado, você não ia acreditar em mim. Eu tentei, mas você sempre batia de frente comigo e a protegia. __ Com um suspiro audível, vou até o bar e me sirvo uma dose dupla de uísque, e bebo de uma só vez. Respiro fundo e volto meu olhar para o meu irmão, assentindo.
__ Você tem razão. Se eu não ouvisse o que acabei de escutar da sua própria boca, jamais acreditaria em você. Eu sempre notei o seu jeito indiferente de olha-la, a sua implicância, a distância que manteve de casa desde que veio para o nosso meio. Alex, você devia ter me contado desde o início.
__ Me desculpa, cara, eu fui um covarde! __ Puxo o meu irmão para um abraço.
__ Eu te amo tanto, cara! Você sempre pode contar comigo __ sibilo. Sinto o seu corpo rígido relaxar aos poucos.
__ O que pretende fazer agora?__ pergunta quando nos afastamos um do outro.
__ Preciso de um momento a sós com ela.
__ Tem certeza, Bel?__ Assinto. __ Promete que não vai fazer besteira?
__ Não se preocupe comigo, não vou maltrata-la, se é isso que o preocupa. Se bem que ela merece uns bons tapas naquela cara deslavada!
__ Olha lá, Alberto!
__ Peça que entre, por favor! __ insisto. Alex concorda, mesmo inseguro, ele sai do escritório e eu volto para o bar, sirvo-me mais uma dose generosa de uísque, e bebo de uma só vez. O líquido desce queimando a minha garganta. Caminho até uma janela e observo o jardim florido de minha mãe, quando escuto a porta se abrir e o som abafado do seu salto no carpete do escritório.
__ Alberto?__ Ângela me chama com sua costumeira sensual, só que agora tem um toque de receio, de medo, não sei.
__ Sente-se! __ ordeno, ainda de costas para ela. O silêncio na sala é quase sufocante.
Eu tinha tantos planos para essa mulher, queria entregar-lhe o mundo, enchê-la de jóias, tratá-la como uma rainha. Seria a mulher mais amada que a história podia contar, mas, ela estragou tudo e acabou comigo como quem esmaga uma frágil formiga com os próprios pés.
Fecho os meus olhos e respiro fundo mais uma vez, buscando coragem para olhá-la na cara e não fraquejar. Viro-me de frente para mulher que a alguns segundos atrás era tudo para mim. Seus olhos ainda estão molhados de lágrimas e parecem suplicar a minha atenção.
__ Alberto, você está bem?__ pergunta em um fio de voz.
__ Eu vou ficar.
__ Querido, estamos atrasados para o nosso casamento. __ Ela me lança um sorriso receoso.
__ Casamento? Não haverá mais casamento, Ângela __ anuncio.
__ Como não?__ Ela se levanta da cadeira abruptamente e caminha até mim, mas mantém uma distância segura.
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