Status: Namorada de Mentinha romance Capítulo 20

Alex

Mesmo contra a minha vontade, deixo Alberto na sala e vou atrás de Amanda, ela parece bem aborrecida comigo e para piorar, ela parece me fuminar com seus olhos avermelhados por conta do choro. Estou fodido! Penso, com um suspiro baixo.

__ Amanda, eu posso explicar...

__ Agora não Alex! __ Me corta. __ Agora, estou puta com você! Como pôde me esconder tudo o que ela fez? Achou o quê, que eu nunca descobriria?

__ Bruxinha... __

__ Não me chama de bruxinha, porra!__ Ela grita. Cacete, ela está brava mesmo!

__ Amanda eu não escondi nada de você.

__ Como não, porra?

__ Eu ia te contar, só que eu não queria que fosse por telefone, e ontem a noite você estava nervosa, como eu ia te contar isso?

__ Abrindo a porra da boca e deixando as palavras saírem! __ ralha furiosa. Respiro fundo, bem fundo.

__ Vai mesmo brigar comigo por causa dela? __ Ela me fita em silêncio por um curto espaço de tempo.

__ Não estou brigando com você, estou cobrando de você, é bem diferete.

__ Tá, tudo bem, eu não te contei, mas eu não tinha a intenção de esconder isso de você. Eu só não tive a oportunidade, foi isso.

__ Ai, que vontade de deixar aquela psicopata careca, de arrancar cada fio de cabelo daquela descarada, filha da puta, com as minhas próprias mãos! __ Enquanto rosna, ela simula seus pensamentos agressivos, fazendo um gestos com as mãos. Puxo mais uma respiração e tento me aproximar da gartota.

__ Amanda, já chega, vem vamos para o nosso quarto.

__ Não, eu vou para o quarto de hóspedes e você vai dormir sozinho, para aprender a não omitir nada de mim, seu... __ Ela não termina a frase, e sai batendo os pés escada a cima. Enfesado, esfrego o meu rosto com as mãos. Caralho, como eu resolvo essa merda agora? Droga de mulher explosiva! Subo as escadas frustrado e vou para o meu quarto, encontro Amanda tirando algumas roupas do closet e ao sair do quarto, esbarra em mim com fúria que quase me derruba. Eu mereço! Penso e vou para o banheiro. Tomo uma ducha fria e bem demorada, pois preciso relaxar, depois de toda essa tensão. Espero que até amanhã sua raiva já tenha passado e que ela possa me perdoar.

Assim que desligo o chuveiro, consigo escutar os gritos de meu irmão no quarto ao lado. Um grito dolorido e cheio de fúria, que oprime o meu coração no peito. Nossa, se nossos pais estivessem aqui, saberiam exatamente o que fazer. "Como vocês fazem falta!" Penso sentindo-me nostálgico. Termino o meu banho, me seco e ponho apenas um short folgado. Saio na intensão de ir ao seu encontro e tentar ajud-alo, mas apenas encosto minha testa na porta encontando o silêncio absoluto do outro lado da madeira. Abro a porta bem devagar e entro no cômodo e observo o caos de alguns retalhos de tecidos rasgados, gavetas abertas, cabides jogados e no closet, tem algumas poucas peças de roupas suas, a base da pentiadeira está completamente vazia, os perfumes e os acessórios ângela, não estão mais lá. Que merda é essa, até parece que um furacão passou por aqui. Penso. Dou mais alguns passos, encontro Bel caído de todo jeito no colchão e solto uma respiração audível. Observo seu rosto sofrido, os olhos inchados de chorar e porra, isso me machuca tanto! Meu irmão é a minha única família agora e pensar nisso, me faz lembrar do pedido de mamãe no hospital. Sinto uma lágrima rolar por meu rosto e frustrado pergunto: Como eu vou fazer isso mãe? Me ajuda!

Resolvo deixá-lo do jeito que está, pois não quero acordá-lo e trazê-lo de volta a esse pesadelo, e saio do quarto. E saber que eu sou tão culpado por essa situação desastrosa, quanto a Ângela. Eu não devia ter escondido essa história sórdida, o fato de ter me acovardado, machucou as duas pessoas que mais amo na vida. Volto para o meu quarto e me jogo na cama, fico olhando o teto, pensando em uma maneira de ajudar o meu irmão. Em meio a solidão, pego o meu violão e começo a dedilhar algumas músicas aleatórias por horas, sem entoar sua letra realmente, pois não tenho clima para cantar, quem sabe, consigo aliviar a minha alma conturbada.

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Sinto um movimento leve na minha cama e abro os olhos pesados preguiçosamente, e vejo Amanda entrar debaixo do lençol e se aconchegar ao meu corpo. Sorrio por dentro e a puxo para os meus braços.

__ Desculpa ter gritado com você! __ Ela sussurra e eu beijo seus cabelos.

__ Não precisa se desculpar flor do campo, eu mereci.

__ Mereceu mesmo. Não faz mais isso, Alex, eu descobri que sou tão ciumenta, ou pior que muitas mulheres que já vi na vida.

__ Não vai mais acontecer, meu amor, prometo!

__ Eu te amo, Alexander Village! __ sussurra me arrancando um sorriso maior.

__ Também te amo, Amanda Almeida de Albuquerque! __ Ela me beija com calma, um beijo cálido e eu seguro os seus cabelos e aprofundo o nosso beijo, e quando paramos, ela me olha nos olhos e sorri.

__ Me perdoa por ter te contado os fatos, você tem razão, se eu realmente quisesse te contar, teria contado. Mas eu realmente queria ter a oportunidade certa, entende?

__ Não existe a oportunidade certa para contar esse tipo de coisa, Alex, de qualquer forma iria machucar e me deixar puta da vida. Não importa como, só não deixe de me contar.

__ Não vai voltar a acontecer, eu juro.

__ Acredito em você. __ Ela diz.

__ Obrigado! __ Amanda volta a deitar sua cabeça em meu peito, eu acaricio os seus cabelos.

__ Estou preocupado com meu irmão __ comento.

__ Ele berrou feito uma fera enjaulada naquele quarto.

__ Acho que ele jogou as coisas dela fora, o quarto todo está uma bagunça.

__ Você falou com ele?

__ Não. Ele estava dormindo quando fui lá. Ele chorou Amanda, isso é de cortar o coração, dói na alma vê-lo assim. Eu me sinto em falta com a minha mãe, com o pedido que ela me fez antes de morrer.

__ Ei, calma! Isso faz parte, ele vai sofrer um pouquinho, mas é para o seu bem, amor. Um dia Alberto vai te agradecer por tê-lo livrado dessa mulher.

__ Você acha?

__ Claro que sim. Ele vai encontrar alguém especial, alguém que vai fazê-lo feliz de verdade.

__ Eu realmente espero, bruxinha.

__ Vai dá tudo certo, Alex, você vai ver. __ Beijo seus cabelos e acaricio as suas costas e não demora muito para voltarmos a adormecer.

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Quando o dia amanhece realmente, não encontro Amanda na cama. Levanto-me atordoado e a chamo, mas não tenho resposta. Decido ir tomar um banho rápido e visto uma roupa leve para sair do quarto. Do topo da escadaria, vejo Alberto na sala de visitas, com uma mala em um canto de parede.

__ O que é isso?__ Aponto para mala.

__ Minha mala, podemos conversar um pouco no escritório?

__ Claro. __ Sigo-o até o escritório, fecho a porta e ele me aponta o sofá, e se senta de frente para mim.

__ Alex, eu vou viajar, acho que minha mala lá na sala já diz tudo.

__ Pra onde você vai, Bel e a empresa, cara?

__ Eu liguei para Walkiria hoje cedo, conversei bastante com ela e expliquei toda a situação , disse que precisaria me ausentar por um tempo e nomeei você presidente da empresa por tempo indeterminado.

__ O quê, enlouqueceu, Alberto?__ Quase grito a indagação.

__ Não, Alex, só preciso de um tempo para mim, pra respirar e não vou fazer isso preso entre quatro paredes de um escritório. __ Levanto-me exasperado e me ponho a andar de uma lado para o outro.

__ Pra onde você vai?

__ França, tinha comprado as passagens para nossa lua de... __ Ele puxa a respiração __ Você sabe, e pretendo usar pelo menos uma delas pra sair do Brasil.

__ Quanto tempo?

__ Não sei, Alex, mas prometo que vou ficar bem. Vou ligar pra você todos os dias, prometo.

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