O Duque que me amava - Série Capman's, Livro 1 romance Capítulo 24

Lucian não via nada em sua frente, não havia quem o impedisse de chegar à fazenda dos Capman tamanho seu ódio e a velocidade do seu cavalo. O Duque só conseguia pensar em como Charlotte estava, em onde ela estava, no que poderia estar acontecendo com ela naquele exato momento.

Estava com medo, muito medo. Nem em meio aos guerreiros enquanto empunhava sua espada ensanguentada na guerra ele sentiu tanto pavor. Mas, acima disso, ele sentia raiva, sentia ódio e um furor que tomava seu corpo a ponto de fazê-lo querer arrastar Judith Capman pelos cabelos até que ela lhe dissesse tudo o que sabia sobre o raptor das garotas.

Sabia que Marcel cuidaria de Chelsea e que, enquanto ele tentaria buscar por informações na cumplice do maldito sequestro, Marcel estaria em busca da ordem que poderia ajudá-los caso precisassem de reforço.

Quando avistou a grande casa, enquanto passava pelos campos, ele tentou cavalgar de forma mais veloz, afinal, cada segundo era precioso quando sua amada e sua cunhada estavam nas mãos de homens tão vis e malignos como aqueles. Então sem se preocupar com a ordem puxou as rédeas e parou na frente da casa, fazendo o cavalo afundar as patas na terra fofa e assustar os capatazes, que o olharam com certo medo.

A face do grandioso duque mostrava que ele estava furioso, e isso fez os empregados temerem por seus próprios empregos, afinal, o que faria o Duque, que estava triste e choroso horas antes, voltar com tamanho ódio em seu olhar? Não sabiam, mas, com toda certeza, não queriam estar no caminho dele para descobrir.

Lucian abriu a porta com força, fazendo a madeira pesada bater contra a parede e, quando seus passos fortes e firmes soaram pelo hall, Judith sentiu que algo não havia saido bem e escondeu-se, discretamente, atrás de seu marido, que, sem sequer notar o movimento da esposa, se levantou e caminhou até o duque.

— Lucian! Que bom que retornou! Descobriram algo? Acharam minhas filhas? — o senhor Capman já não aguentava mais tamanha preocupação.

George sempre foi um homem gentil, sempre foi um pai amoroso e, quando viu Lucian entrando em sua casa com tamanho ódio no olhar, ele sentiu seu peito doer. Seu coração já era frágil e sua saúde não era das melhores, então, o medo pela notícia que estava por vir o fez sentir-se tonto e ofegante.

— George, acho que outra pessoa nesta sala pode nos dar muito mais informações — Lucian falou, desviando os olhos do velho Capman, os orbes escuros e intensos se fixaram em Judith. — Eu nunca achei que sua falta de caráter, senhora Capman, chegaria a tal ponto! — ele gritou, perdendo totalmente o controle de si mesmo, fazendo a mulher encolher os ombros.

— Não… não sei do que ele está falando — Judith começou, dando alguns passos para trás. — Este homem está louco! Jamais colocaria minhas doces filhas em risco!

Lucian sentiu o sangue ferver em suas veias e, dando mais alguns passos para frente, com as mãos cerradas em punho ele tentava achar uma explicação para tamanha maldade e desamor. Como poderia uma mãe fazer aquilo com uma das filhas e colocar as outras duas em risco? Como podia usar os criados como objetos descartáveis os expondo ao perigo daquela forma?

—Você o ajudou! — ele gritou mais uma vez. — Ele deixou claro que você o ajudou!

Neste momento o senhor Capman voltou-se para sua esposa com os olhos arregalados, sentindo o coração se apertar e uma pontada atingi-lo em cheio no peito. Sua esposa, sua amada esposa, havia posto os diamantes preciosos de sua vida em perigo?

—Judith, o que você fez? — George perguntou, com seu tom manso de sempre sem acreditar no que estava presenciando ali.

— Eu… eu não fiz… — ela tentou se defender, mas seu marido sabia muito bem quando ela mentia e, naquele momento, não foi diferente.

— O que você fez, mulher?! — o senhor Capman gritou, apontando o dedo em riste para sua esposa com toda raiva que tinha em seu peito. — Você não é uma mãe! É a encarnação do diabo, Judith!

Naquele momento, a senhora Capman não conseguiu, não resistiu ao impulso que havia segurado por anos e anos, não conseguiu mais segurar o ódio, a raiva e, sem pensar muito caminhou em direção ao seu marido acertando-lhe um tapa no rosto e o olhando com mágoa.

—Nunca questione meu amor por minhas filhas! — ela gritou, apontando para George com uma expressão de puro ódio. — Isso tudo é sua culpa, George! Culpa sua e daquela maldita que colocou na nossa casa!

Enquanto observava a discussão, Lucian sentia vontade de intrometer-se, afinal, não era o momento para que eles dois trocassem farpas, precisava que Judith contasse a ele tudo o que sabia, qualquer informação seria útil.