O Duque que me amava - Série Capman's, Livro 1 romance Capítulo 23

O que é o tempo para os apaixonados? O tempo pode ser muitas coisas, desde uma benção, até uma maldição que traz sofrimento aos corações repletos de desejo e saudade.

Lucian sabia disso, conhecia tão bem a dor da perda que não se imaginava passando por isso novamente, não era algo que suportaria não de novo. Enquanto saia do escritório do pai de Charlotte, ele sentia o coração aquecido com a proposta de um futuro que nunca imaginou que teria, uma família, uma vida ao lado da mulher que amava e que amaria pela eternidade.

Sem dúvida alguma ele se sentia, de fato, o homem mais feliz da face ta terra naquela manhã, sentia que estava há um passo de alcançar aquilo que secretamente, sempre desejou, ter um lar e alguém para quem voltar se um dia partisse para a guerra novamente.

Marcel estava igualmente feliz, tão feliz que até havia esquecido da estranha sensação que havia assolado seu peito naquela manhã. Tinha um grande sorriso nos lábios e sentia a felicidade tomando seu ser, finalmente, Charlotte havia encontrado alguém que a amaria como ela merecia que a trataria de forma respeitosa e romântica.

Não havia como se sentir mais feliz naquele dia.

O senhor Griffin estava igualmente satisfeito com o rumo que as coisas haviam tomado, finalmente poderia deitar a cabeça no travesseiro em paz, sem ter a preocupação constante que sua menininha cedesse a tristeza que banhou sua vida depois do primeiro casamento. Agora ele sabia que ela seria feliz e faria de tudo para preservar a felicidade de Charlotte, bem como de seus outros filhos.

No entanto, nem tudo acontece como o planejado ou como o desejado, a felicidade não é o suficiente para impedir que a tristeza venha e arraste tudo com ela. E a tristeza estava bem ali, a porta somente aguardando o momento certo para iniciar seu espetáculo de horrores e desespero.

Enquanto as donzelas estavam em suas compras, o almoço foi preparado, os cavaleiros saíram para cavalgar e checar a fazenda, a matriarca da família organizou a casa comandando os empregados e as criadas deram seu melhor para fazer uma comida que desse a todos a satisfação de dividir a mesa num dia feliz como aquele afinal, já era do conhecimento geral dos funcionários da casa que o Duque pediria oficialmente a mão de Charlotte naquela tarde.

Porém, a tarde veio e se foi, o almoço esfriou nos pratos e foi retirado da mesa, e as moças da casa ainda não haviam chegado, nenhuma delas.

Quando o sol começou a se por, Marcel, Lucian e George estavam com os nervos a flor da pele, as compras das damas não deveriam demorar tanto, então, por que ainda não haviam chegado?

Em seu canto, silenciosa, Judith sentia a preocupação tomar seu coração, aquele não era o plano, por as suas outras filhas em risco não era o planejado, então, onde estavam as outras? Jamais se perdoaria se algo acontecesse às suas meninas, não conseguiria viver com a culpa de por Brista e Chelsea em risco.

— Será que a carruagem quebrou no meio da estrada? E se foram assaltadas? — George supôs, sentindo o peito doer com a possibilidade de suas doces filhas estarem em perigo.

— Marcel e eu iremos até a estrada para tentar encontrar a carruagem, se ela quebrou iremos achar — Lucian comunicou, pegando seu casaco e, por prevenção, sua espada.

Estava nervoso, sentia o peito apertado e tinha o pressentimento de que não encontrariam coisas boas naquele fim de tarde. Só torcia para que Charlotte estivesse bem, ansiava e desejava com todas as forças para que nada de mal tivesse lhe acontecido.

— Nós as traremos de volta, aguardem aqui para o caso de voltarem — Marcel falou, pegando seu casaco e sua espada e caminhando ao lado do Duque. — Não deveria tê-las deixado sair hoje — ele sussurrou, enquanto seguia até o celeiro para pegar seu cavalo.

Enquanto montava, Lucian o encarou, segurando as rédeas com certa força, tentando controlar sua mente para se concentrar na missão que tinham naquele momento, não podia se deixar levar pelo medo.

— Por que diz isso? — o Duque perguntou, olhando para seu cunhado com certa dúvida.

— Senti algo mais cedo, como um mal presságio… — Marcel respondeu sacudindo as rédeas e iniciando a cavalgada em direção a saída da fazenda.

“Vai ficar tudo bem”

“Vai ficar tudo bem”

“Todas estão bem”

Era o que ele repetia, intimamente, enquanto saia de suas terras e rumava em direção a estrada, que estava vazia e silenciosa. Ao seu lado, Lucian seguia com igual foco e determinação, o som do trotar dos cavalos era a única coisa que rompia o silêncio, a única coisa que penetrava a mente dos dois cavalheiros.

O Duque, apesar de não querer, se preparava para o pior. Sua mente trabalhava incessantemente enquanto se aproximavam cada vez mais da cidade. Pensava em formas de colocar todos que conseguisse na busca pelas jovens Capman, pensava em oferecer, se fosse preciso, todo seu dinheiro para conseguir trazê-las de volta.

Ele faria qualquer coisa, daria sua própria vida se fosse preciso.

Não demoraram muito para encontrar parada bem rente ao acostamento da estrada de terra a carruagem já conhecida. As portas estavam abertas e, à medida que se aproximavam, percebiam que os cavalos já não estavam ali. As janelas estavam estilhaçadas, haviam tecidos e vestidos, fitas e sapatos jogados aqui e ali.

Dentro dela, o que Lucian viu o fez sentir medo, não por ele, mas por sua amada e suas cunhadas. As criadas estavam desacordadas, exibiam marcas de luta, seus rostos estavam ensanguentados e roxos, mas estavam vivas, o respirar lento e difícil fazia o peito subir e descer, denunciando que, sejá lá quem fosse, não teve a intenção de matá-las, mas sim de deixar um aviso.

Marcel desmontou do cavalo junto ao Duque e, quando chegou a parte da frente encontrou o corpo do cocheiro, havia sangue em suas roupas e o lado de seu rosto estava marcado a faca com o símbolo da ordem, o símbolo que ele reconheceria em qualquer lugar.

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