TODO AMOR DO MUNDO(Completo) romance Capítulo 62

Acordei sentindo meu corpo leve.

Olhei ao redor e estávamos num avião.

_ O que houve?

Robinho: Tu desmaiou.

_ Pra onde estamos indo? Cadê meus filhos?

Robinho: Tão lá no quarto com a Dulce.

Olhei pro lado e Marlene estava lá.

_ Marlene, eu vi...

Cai num choro que doía a alma.

_ Ele...

Não conseguia concluir uma frase.

Marlene: Tudo vai ficar bem Anjo.

_ Eu... E agora? Eu.. como vamos viver sem ele? Queria ter contado.

Marlene: Contado o quê?

_ Estou grávida. Eu queria tentar mais uma vez a nossa família. Agora não dá mais.

Ela levantou da sua poltrona e veio até a minha me abraçar.

Marlene: Ah, Angélica, que notícia maravilhosa. Obrigada por essa alegria.

_ Onde estamos indo?

Marlene: Estamos saindo do Brasil. Estamos indo pra Espanha.

Não consegui esboçar nenhuma reação.

Só conseguia pensar no corpo do André lá estirado, cheio de sangue. E aquilo fazia com que eu chorasse mais.

Meu amor, e eu nem vou poder ir no velório.

...

O jatinho pousou num campo particular, de lá fomos numa Toro preta até o que parecia uma fazenda.

Estava de todo desanimada, cansada. Não conseguia reagir pra nada.

Fui direto pro quarto que disseram ser o meu.

Grande e espaçoso e mesmo assim não me animou.

Deitei na cama que estava forrada com lençóis brancos e cheirosos. Puxei os cobertores até o pescoço e olhei pra uma porta que talvez fosse o banheiro, nesse momento não estava com vontade de conhecer.

Mais uma vez aquela imagem veio na minha cabeça. Mais uma vez eu me arrependo de todas as brigas.

Estávamos brigados porque eu pedi, ele queria estar comigo, mas eu fui tola, não soube administrar a crise e fiz besteira.

Bom nosso relacionamento se baseava assim, brigas e resultando em um de nós falando ou fazendo besteira.

Aí André, o que vai ser de nós aqui.

Meu amor, foi tão intenso tudo que aconteceu entre nós dois.

Minha alma estava angustiada, meu coração dilacerado.

Durante a tarde Marlene e Dulce tentou me fazer comer, mas não tinha fome. Não quis levantar pra tomar banho.

Novamente André me deixou aqui, destruída.

Vi o Sol raiar no outro dia e ainda continuava na mesma posição que me deitei quando cheguei aqui neste lugar no dia anterior.

Única coisa que mudava é que as vezes eu chorava, e as vezes eu fechava os olhos pra lembrar dele.

Não conseguia sentir mais nada, só a dor no coração, dor que fazia meu corpo gemer. Como se acabassem de me atracar as pernas e braços.

Mais uma vez vieram no quarto me oferecer algo pra comer, mas não tinha fome, não tinha nada, só o vazio.

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