Saímos no carro de Daniel em direção ao shopping seu perfume toma conta do carro e tenho que me segurar para não respirar fundo e dar uma anasalada no cheiro.
Esse homem fica mais gostoso com a idade, mas não posso me perder novamente, sei o que houve entre nós e não posso permitir que aconteça de novo.
Agora temos filhos e se algo der errado os prejudicados serão eles.
Os dois vão cantando uma música da galinha pintadinha no banco de trás enquanto Daniel rí quando eles erram algumas palavras.
Isso era a cena que sempre quis ver.
Passando alguns minutos Daniel estaciona em uma vaga na garagem subterrânea do shopping, depois disso só pegamos o elevador para nos levar para cima.
Andamos de mãos dadas com as crianças, eu com Maria e Daniel com João.
Parecemos uma família feliz, sinto meu coração pesar, acho que irei demorar a me acostumar com essa nova situação.
Andamos pelo shopping e decidimos ver um desenho com as crianças.
Durando todo o filme acho que prestei mais atenção do que os pequenos.
Adorei o desenho, sempre gostei, mas amei esse particularmente, quando chega a parte triste de todo desenho eu já estava chorando, um lenço me é estendido e vejo Daniel me olhando, tem oque de admiração, mas pegou o lenço e me viro novamente para o filme.
Assim que acaba decidimos ir almoçar.
- Vem, vou levar vocês em um restaurante italiano que tem aqui. É maravilhoso. - Ele diz nos levando.
Ao chegarmos me encantei pelo restaurante, ele exala luxo, mas a hospitalidade dos funcionários faz parecer um lugar humilde e se sentir em casa.
- Boa tarde sr. D'Lauren, em que posso ajudá-lo? - pergunta o que eu creio que seja o recepcionista.
- Olá Pedro. Quero uma mesa para quatro, ainda tem as cadeiras infantil para os meus filhos? - ele diz.
Vejo o olhar surpreso do atendente.
-Claro senhor, por aqui, seus filhos se parecem com o senhor, se me permite dizer. - Ele diz nos levando a mesa, tenho que concordar com ele.
Somos postos em uma mesa para família e aquilo não me passou despercebido, poderíamos nos sentar em uma mesa normal para quatro pessoas e colocar as cadeiras para as crianças.
Mas aqui estamos, em uma enorme mesa de família para "quatro" pessoas.
- Aqui está o cardápio. - diz o atendente. - Se me permite, eu posso recomendar um pedido tamanho família, seria um almoço completo, é muito bem pedido em nosso restaurante.
- Claro, então será isso. - Daniel diz devolvendo o cardápio.
- Agora somos uma família? Tipo completa? Que tem papai e mamãe? - Maria pergunta brincando com os talheres da mesa, sua pergunta tem um tom de curiosidade, mesmo assim me pegou desprevenida.
Olho para Daniel sem saber o que responder
- Claro que somos. - Daniel responde, mas claro que minha filha tinha que puxar alguma coisa de mim quando pergunta:
- Então por que não moramos junto? Os papais e mamães dos meus amigos da escolinha e do parquinho moram junto. - Ela diz nos olhando atentamente.
- Verdade, Paulinho disse para mim que viu o pai dando um beijo na mãe dele, tipo igual aqueles de filme, você e a mamãe fazem isso também? - agora é a vez de João.
Só melhora.
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Os comentários dos leitores sobre o romance: TOTALMENTE ENCALHADA